O Natal celebrado pelos quatro cantos do mundo

No último mês do ano, os preparativos para a celebração do Natal têm início por todo o mundo. Com muitas cores, enfeites e luzes, a data é comemorada em todos os lugares, porém com costumes, características e tradições próprias. Algumas vezes, inclusive, o nome da celebração ainda é traduzido de maneira diferente. No entanto, a essência mantém-se sempre especial.

É por este motivo que a Edição Especial de Natal da Gazeta de Vargem Grande procurou vargengrandenses espalhados pelo mundo inteiro para contar como é celebrada a data em seu país atual.

A primeira parada desta viagem natalina foi na Inglaterra. A vargengrandense Aline Zuccola Dian, filha de José Roberto Dian e Sônia Dian, comemora o Natal em Londres, na Inglaterra há quatro anos. Em Vargem Grande do Sul, além dos pais, ela deixou o irmão Alison, sua cunhada Kátia e seus sobrinhos Vinícius e Maria Luiza.

Em entrevista, Aline contou como é o Natal nas ruas de Londres. “O mês de dezembro como um todo é bem animado com feiras de Natal, algo bem parecido com as nossas festas juninas, mas com tema natalino. Há patinação no gelo, parque de diversões, cinema a céu aberto com filmes de Natal, entre outras coisas”, disse.

Ela comentou também que nesta época, o clima também costuma ser bem animado nas empresas, com competição de decoração e o Silly Jumper Day, que ela contou ser um dia em que todo mundo veste blusas de frio com estampas de Natal.

Sobre as tradições natalinas do local, Aline disse que acredita não ser tão diferente do Brasil, a não ser pelo clima frio de Londres. “Acho que as duas principais diferenças é que, ao invés da noite do dia 24, o dia de Natal é comemorado oficialmente por dois dias, sendo o 25 e 26. O dia 26 é chamado de Boxing Day e é quando todas as lojas entram em promoção, bem parecido com a Black Friday”, explicou.

Aline comentou que continua fazendo tudo o que fazia no Brasil, uma vez que a ceia é bem parecida, também há amigo secreto e ainda comemora a noite do dia 24, mas que sente falta de estar com a família e amigos.

Bienvenido a México!

Daniela junto ao marido Carlos Augusto e os filhos Gustavo e Rafael. Foto: Arquivo Pessoal

Desta vez, a Edição Especial de Natal da Gazeta de Vargem Grande realizou uma parada no México. Há quase sete anos, a vargengrandense Daniella Novaes Filipini Barros mora com o marido Carlos Augusto e os filhos Gustavo, de 11 anos, e Rafael, de 5 anos, em Metepec, no México.

Quando se mudou, ela deixou em Vargem Grande do Sul os pais, Silvia Novaes Filipini e Carlos Roberto Filipini, sua irmã Mariana, seu sobrinho Iago, tias-avós e primos.

Daniella contou que o Natal no México não é muito diferente do Natal no Brasil. “É época de confraternização e de união com a família. Apesar das crianças terem menos tempo de férias nessa época, a maioria das pessoas viaja a outros estados para se reunir com avós, irmãos, tios e primos”, disse.

Ela comentou sobre as tradições natalinas do México. Segundo ela, na época de Natal há um nome popular muito curioso lá: dizem que vai começar o ‘Maratón Guadalupe-Reyes’. “É que no dia 12 de dezembro se celebra o Dia de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira do México, e as pessoas começam a festejar desde então com muita alegria, muitos fogos de artifício e também muita comida”, contou.

Em seguida, ela disse que vêm as Posadas Navideñas e explicou o que é. “É onde as pessoas fazem confraternizações entre amigos como as nossas, mas encenam a noite em que José e Maria vão peregrinando, batendo de porta em porta e pedindo ‘posada’, que é pouso, para que Jesus tenha um lugar seguro para nascer. Vão cantando e carregando velinhas para iluminar a noite, até que alguém abra a porta”, contou Daniella.

“Quase no fim da festa se parte a piñata, recheada com doces e frutas de época. No Natal fazem ceias como as nossas, com peru, lombo, bacalhau e pratos locais como romeritos e tamales, que são como as nossas pamonhas. Para tomar, ponche e atole. Quem traz os presentes é Santa Claus, como nos Estados Unidos da América ou Papá Noel”, completou.

Sobre o que fazia no Natal no Brasil e que não deixa de fazer mesmo estando longe, Daniella citou a montagem de presépio e da árvore de Natal. “Aqui continuamos fazendo a mesma coisa, mesmo que muitas vezes viajemos nessa época. É uma forma de continuar nos sentindo parte das nossas tradições, de não perder a importância religiosa da época e de não nos sentirmos sozinhos”, falou.

Daniella comentou que sente muita falta de poder estar com a família completa, de estar com os pais, irmãos e sobrinhos. “Sinto falta de passar o Natal no calor, porque aqui é época de inverno e as temperaturas chegam aos graus negativos. Então, sempre que podemos, passamos as festas no Brasil. Este ano não pudemos ir, mas nossos amigos nos convidaram para passar Natal e Ano Novo na praia com eles. Esse foi o nosso pequeno milagre de Natal”, brincou.

Próxima parada: EUA!

Agora iremos fazer uma parada nos Estados Unidos, um dos países onde o Natal sempre foi muito cultuado e têm grande influência nos natais dos brasileiros, como a figura do Papai Noel, as músicas natalinas, filmes, etc. Natural de Vargem Grande do Sul, Erik Bernadeli dos Santos mora há mais de dois anos com a esposa Caroline Bernadeli em Radford, na Virginia, nos EUA. Em Vargem, ele deixou os pais Maria Regina Bernadeli dos Santos e Cláudio Sebastião dos Santos.

Erik contou como é o Natal americano. “Aqui as tradições natalinas são bem presentes em muitas casas, nas quais o pessoal gosta de enfeitar as residências e os jardins com luzes, bonecos, como bonecos de neve, elfos, Papai Noel, árvores, pinguins, entre outros. Os shoppings possuem também vários enfeites, e como não poderia deixar de faltar, as músicas natalinas”, disse.

Entre as principais tradições está unir os familiares nesta época do ano. “Sempre mantendo as tradições locais, como beber o eggnog, que é uma bebida típica para essa época do ano, usar os famosos suéteres de Natal, que são bem engraçados, sendo que alguns tem até luzes. Isso é muito bacana. Outra coisa que não pode faltar são os perus de Natal, que também é bem tradicional aqui”, contou.

O vargengrandense comentou que no Brasil sempre passavam o Natal com os familiares, sendo a véspera de Natal na casa de alguém e o almoço de Natal na casa de outra pessoa. “Sempre mantínhamos a tradição de passar o Natal em família. Agora aqui, nós procuramos sempre viajar nessa época do ano”, disse.

Ele falou sobre o que mais sente falta do Natal no Brasil. “Uma coisa é sempre estar com os familiares por perto e também aquele famoso churrasco, que normalmente a gente fazia nos almoços de Natal”, relembrou.

Rumo ao Canadá!

João Vitor e a esposa Fabiane moram há mais de um ano no Canadá. Foto: Arquivo Pessoal

Seguindo o itinerário natalino, a Edição Especial de Natal da Gazeta de Vargem Grande aterrissou no Canadá. Filho de Claúdia Stoppa, o vargengrandense João Vitor Stoppa Guerreiro mora junto com sua esposa Fabiane Guerreiro em Victoria, British Columbia, no Canadá, há mais de um ano. Além da mãe, a avó Neide, tios e primos ainda moram em Vargem.

João Vitor contou que os natais no Canadá e na América do Norte em geral, são muito intensos. “É muito igual aos natais de filmes que eu via na TV quando criança. O pessoal costuma enfeitar bastante as casas com adereços e luzes, há constantes desfiles natalinos aos finais de semana, muitos corais com pessoas cantando e vestidas a caráter, entre muitas e outras coisas”, disse.

Ele comentou que lá há muitas tradições natalinas, começando pela competição de casas enfeitadas para a data. “Existe um campeonato no final do ano organizado pela prefeitura da cidade, onde os interessados se inscrevem para competir entre eles, e quem tiver a casa mais decorada e mais bem avaliada pelo público, ganha a competição. A prefeitura fornece um mapa com as casas participantes, para que o pessoal vá visitá-las”, contou.

Ele disse que é muito comum as pessoas usarem árvores de verdade, no caso o pinheiro, dentro de casa como árvore de Natal. Nessa época, segundo ele, é comum ver carros passando na rua com pinheiros amarrados no teto para levar a árvore pra casa, que costumam ser bem grandes e bem enfeitadas.

Uma coisa muito diferente em relação ao Natal brasileiro e o Natal canadense também são os dias das comemorações. “No Brasil, é tradicional se fazer uma ceia de Natal no dia 24 à noite e um almoço no dia 25. Aqui não se faz nada no dia 24 à noite, é um dia normal”, disse.

“Aí no dia 25 entre umas 10h até umas 15h o pessoal faz um brunch, é tipo um café da manhã mais reforçado, bem típico norte americano, com ovos e bacon, e então no dia 25 a noite no jantar é onde o pessoal comemora o Natal de verdade. Vale lembrar também que no Canadá, o dia 26 de dezembro é feriado nacional, mais conhecido como Boxing Day”, explicou.

De acordo com o vargengrandense, as comidas de Natal são parecidas com o Brasil. “O pessoal também costuma fazer peru aqui, porém tem uma coisa muito tradicional que não falta em nenhum jantar de Natal das casas canadenses, que é a famosa Pumpkin Pie, ou torta de abóbora em português. Ela é doce e é servida como sobremesa na noite do Natal”, pontuou.

João Vitor contou que não deixa de lado a tradição de montar a árvore, pois acha que é muito legal e traz o clima natalino pra dentro da casa, e também não deixa de fazer a ceia de Natal. “Mesmo o pessoal aqui não comemorando, eu faço questão de manter essa tradição. Mas com certeza, o que mais sinto falta é de estar junto com a minha família reunida, conversando e celebrando”, disse.

“Sinto muito a falta também do clima de Natal do Brasil e de Vargem, é diferente daqui, mas eu adoro, acho muito legal, me lembra a infância e me faz sentir em casa. Os carros de som das lojas passando na rua com música de Natal, Papais Noéis da cidade passando jogando bala, brincando com as crianças, isso me lembra muito os natais maravilhosos que passei em Vargem, e isso não há preço que pague”, completou João.

Nova Zelândia, aí vamos nós!

Atualmente, a família reside na Nova Zelândia. Foto: Arquivo Pessoal

A próxima parada desta viagem da Edição de Natal da Gazeta de Vargem Grande é na Nova Zelândia. Filho de Eden Kemp Filho e Maria do Carmo Mesquita, o vargengrandense Leandro Mesquita Kemp mora há um ano com sua esposa Ai Hanada Kemp e sua filha Karina Hanada Kemp em Auckland, na Nova Zelândia.

Quando se mudou, além dos pais, deixou em Vargem as irmãs Natália e Diane, que atualmente mora no Canadá e os avós Elvira, Eden e Jovina.

Ele contou que o Natal neste país é bem parecido com o do Brasil, onde reúnem a família e amigos, porém com menos foco no nascimento de Jesus e mais foco nos presentes e decoração de Natal.

A filha de Leandro e Ai, Karina, já está no clima natalino. Foto: Arquivo Pessoal

“As principais tradições natalinas daqui são a ceia da véspera de Natal e troca de presentes no dia 25 de manhã. Os presentes são colocados embaixo da árvore de Natal pelos pais quando as crianças estão dormindo”, comentou.

Leandro disse que não deixa de fazer a ceia de Natal com a família e as compras natalinas, assim como fazia no Brasil, e que o que mais sente falta é de passar o Natal com toda a família reunida.

 

Marina Vidale e o marido Nicola no Natal de 2015, junto com sua irmã Fernanda, o cunhado Pierluigi e os sobrinhos Manuela e Giovanni. Foto: Arquivo Pessoal

Buongiorno, Itália!

A sexta parada da expedição de Natal da Edição Especial da Gazeta de Vargem Grande é na Itália. A vargengrandense Marina Vidale Fontão mora há quase 13 anos em Vigonza, província de Padova, na Itália, junto com o marido Nicola Stocco e sua filha de dois anos, Clarissa.

Quando se mudou, sua irmã Fernanda Vidale já morava na cidade. Em Vargem, ela deixou os pais Adélia Regina Vidale e Roberto Machado Fontão, o irmão Fábio Vidale, avós, tios, primos e amigos. Com o passar dos anos, Adélia e Roberto também se mudaram para a Itália.

“No começo foi muito difícil, o Natal daqui é bem diferente, eles não fazem a ceia de Natal, é só um almoço próprio no dia e é muito frio, pois aqui é inverno. Quando meus pais se mudaram, também estranharam muito o Natal aqui, pois sendo frio e inverno, ficamos muito dentro de casa, mas também tem gente que vai para a montanha passar o Natal na neve”, comentou.

Marina contou que na cultura deles, não é tradição fazer ceia de Natal. “É só um almoço no próprio dia 25 com a família mais próxima, é algo bem mais restrito, ou se faz em casa, na casa de alguém, dos pais, ou se vai a restaurante para o almoço”, disse.

Entre as principais tradições, ela falou sobre o hábito de comer doces. “De tradicional aqui existe o hábito de comer os doces, como panetone, pandoro e torrone. É um almoço normal, só que um pouco mais com sustância, porém, não como nós, no Brasil, que fazemos comida para um batalhão”, brincou.

A vargengrandense comentou que o que mais sente falta do Natal do Brasil é a comemoração. “Sinto falta da festa, da maré de gente que se encontra na casa do tio e da tia, ou da avó e do avô. Sempre tem um mundo de gente na ceia, muitos familiares e, às vezes, até amigos. Todos ficam até tarde e depois chega o Papai Noel para dar os presentes para as crianças à meia-noite. É disso que mais sinto falta”, relembrou.

Pedro Henrique junto com a esposa Natalia e a filha Amanda. Foto: Arquivo Pessoal

Última parada: Chile!

A última parada da viagem natalina da Edição Especial da Gazeta é no Chile. Filho de Valdir Borges Nicolo e Beatriz Ferreira de Camargo Nicolo, o vargengrandense Pedro Henrique de Camargo Nicolo mora há mais de cinco anos em Santiago, no Chile, com a esposa Natalia Francisca Barrios Fernandez e sua filha de 4 anos, Amanda Beatriz de Camargo Barrios.

Pedro contou que o Natal no Chile não é muito diferente do Natal no Brasil. “Normalmente é comemorado em família e em casa. Cada família faz a sua ceia ou compra a ceia em algum lugar e passam todos juntos”, disse.

No entanto, segundo Pedro, há algumas curiosidades no Natal deste país. “Começando pelas canções. No Chile não se escuta ‘Então é Natal’, da Simone, ou ‘Feliz Navidad’, do Ivan Lins. As canções natalinas são chamadas de villancicos e as mais conhecidas são Mi Burrito Sabanero, Noche de Paz e Campana Sobre Campana”, pontuou.

Pedro contou que na ceia, eles não têm a leitoa assada inteira, como acontece no Brasil. Lá, ela é servida em pedaços e muitas famílias ainda preferem frango ou peixe. Ele ainda falou sobre o panetone, que não é popular no Natal no Chile. “Nos últimos anos começamos a ver panetones brasileiros nos supermercados, mas o pão tradicional deles é Pan de Pascoa, que é um pão doce, um pouco mais espesso que o panetone, mas que também tem frutas secas”, explicou.

O vargengrandense comentou que o Papai Noel chinelo se chama Viejito Pascuero e que o Natal no Chile é chamado de Pascua ou Navidade. “Pascua é mais usado, e a nossa Páscoa de abril é conhecia como Pascua de la resureicion ou como Pascua de los conejitos, pelas crianças”, contou.

Para Pedro, as tradições são bem parecidas: as famílias se reúnem, colocam os presentes ao pé da árvore de Natal, que são entregues e abertos após a meia-noite.

Ele comentou que pelo fato dos costumes não mudarem muito com os do Brasil, acaba não vendo muita diferença, mas que em seu Natal não pode faltar a ceia, a família reunida e um bom vinho chileno. “Sinto falta quando não consigo passar o Natal com minha família do Brasil”, completou.

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