O novo coronavírus e a quarentena para evitar a proliferação do vírus pegou todos de surpresa, inclusive muitos empreendedores. A Gazeta de Vargem Grande contatou alguns empresários da cidade para saber como foram essas últimas semanas.
Wilson Secco, da Opção Móveis e Eletrodomésticos, contou que estão com as lojas fechadas e atendendo os clientes via telefone e WhatsApp. Ele explicou que no momento, a prioridade é o pagamento de salários dos funcionários, em segundo os fornecedores e por último, o pagamento de impostos.
Para manter as vendas, o empresário comentou que estão tentando integrar todos os canais de comunicação como Instagram, Facebook e WhatsApp, mas as vendas estão praticamente paralisadas.
Ele disse o que espera para os próximos dias. “Esta situação não tem precedentes, mas somos solidários ao momento e à necessidade de proteção da saúde das pessoas, mas esperamos que a situação da pandemia se amenize o quanto antes para que possamos retomar nossas atividades, com a segurança necessária, mesmo que de forma gradativa”, disse.
Sobre as medidas do governo de apoio à economia, ele comentou que em sua opinião, elas precisam de coordenação e implementação “Esperamos que sejam rapidamente colocadas em prática, mas pelas informações que tivemos é que os recursos do BNDES ainda não chegaram aos bancos”, completou.
Adriana Nogues Beloni, da Armazém Boutique, confessou que ficou muito assustada e com medo da doença e, por isso, aderiu total ao isolamento. “Dei férias coletivas para as funcionárias e parei com qualquer tipo de trabalho da loja, pensando em proteger a todos: funcionários e clientes”, disse.
A quarentena determinada pelo governador do Estado termina nesta segunda-feira, dia 7, mas é possível que seja estendida. Adriana disse que se nesta data for liberado, ela pretende funcionar normalmente, tomando as medidas de segurança necessárias. “Se continuarmos parados, não vai ter como evitar as demissões e o desastre econômico vai ser inevitável”, lamentou.
“Estamos diante de um cenário mundialmente novo e acho que o governo precisa aproveitar as experiências de outros países e adaptar a nossa realidade”, avaliou.
Ela comentou sobre as medidas de apoio ao empresariado que vêm sendo anunciadas pelo governo e disse que espera que todas elas saiam do papel para que a economia não pare. “Estão dizendo que podemos atrasar em 60 dias os boletos, reduzir os salários dos funcionários para haver menos demissões, mas até agora não vi nada oficial nisso. Do mesmo modo que a ajuda de custo de R$ 600,00 para os autônomos ainda não está acontecendo”, pontuou.
Adriana contou que ainda não foi buscar linhas de crédito. “Estou negociando prazos com os fornecedores e eles estão sendo muito receptivos, demonstram muita preocupação e vontade de colaborar”, disse. “O governo falou também de tirar os impostos, que no caso do meu comércio, que trabalho com produtos de outros estados é gigante, mas não vi nada oficial nisso também”, comentou.
A empresária pontuou que agora não é o momento de entrar em pânico e sim de se unir. “Acho que estamos em um momento que não podemos entrar em pânico, porque as coisas vão piorar muito. Tomar cuidado com as notícias sensacionalistas e agir de acordo com nossa realidade. Espero que os políticos pensem nas necessidades do país como um todo e parem de usar a situação para fazer campanha política. Esse é o momento de nos unirmos, sermos solidários e empáticos”, disse.
“Admiro o trabalho que o Ministro da Saúde está fazendo, acho ponderado e realista e admiro também as condutas do prefeito Amarildo, sempre escutando o comércio e tentando ajudar”, finalizou Adriana.