A pandemia do novo coronavírus e a quarentena em Vargem Grande do Sul têm afetado principalmente os autônomos e prestadores de serviços, como manicures, pedreiros e mototaxistas, com a baixa movimentação destes serviços.
A Gazeta de Vargem Grande conversou com uma manicure e cabeleireira e com um mototaxista para checar como estão fazendo para atravessar esses dias e como a quarentena afetou a procura pelos seus serviços.
A manicure e cabeleireira Maria Lúcia da Silva está há 36 anos no mercado e atende à Rua Major Corrêa, ao lado da Delegacia de Polícia Civil de Vargem Grande do Sul. Ela comentou sobre este momento, que está sendo difícil no mundo inteiro.
Maria Lúcia explicou que não acreditava que a pandemia chegaria neste ponto aqui no Brasil e que está muito difícil passar por tudo isso. Para ela, se as pessoas conseguirem atravessar por essa fase mantendo a sanidade, já serão vitoriosas.
A manicure comentou que os dias vêm sendo fazer uma economia aqui, dividir uma coisa, ver informação cruzada, mas que, para ela, os primeiros dias foram piores. “Agora, graças a Deus, já está melhorando e logo isso passa. É preciso ter muita fé e fazer muita oração, precisamos acreditar em Deus que dará tudo certo”, disse.
A autônoma contou que essa quarentena afetou em 100% a movimentação do seu trabalho. “Afetou em tudo, estou com o total de zero trabalho, pois não é uma atividade que dá para fazer delivery, por exemplo. Então afetou totalmente, até porque o meu trabalho é de extremo contato”, disse. “Não que não seja para ficar aterrorizados, mas nem se eu quisesse abrir o salão e trabalhar eu não teria clientes para isso, porque ninguém viria devido às informações que chegaram e aterrorizaram a todos. Todo mundo com muito medo, o meu trabalho sendo de contato, não tem como não colocar a mão”, pontuou.
Maria Lúcia disse que as pessoas realmente ficaram assustadas e isso foi bastante negativo para ela. “Veio pra mim como uma chibatada no lombo mesmo, algo terrível”, comentou.
Ela contou que agora achou uma solução para minimizar os impactos e conseguir se alimentar por esses dias. “Eu ligo para as clientes, converso, atendo uma de manhã, uma depois do almoço, vou nas casas, sempre passando álcool gel e tomando os devidos cuidados, coloco máscara na cliente mesmo se for apenas para fazer a unha, coloco luva em mim, peço para a cliente higienizar a mão antes com água corrente e sabão, dou álcool gel para passarem, conversamos apenas o necessário”, comentou.
“Faço e volto voando para casa, tiro roupa e sapato na garagem, entro para dentro, tomo um banho, agradeço a Deus e rezo por ter voltado viva. Estou rezando muito para que isso passe logo. É assim que estou sobrevivendo e nem é para pagar conta não, estou fazendo isso para poder comer”, finalizou.
O mototaxista Gláucio Santa Maria, do moto táxi Smen, contou que seu serviço, como o restante da cidade foi afetado e lá também está tudo parado. No entanto, a alternativa encontrada foi focar no delivery. “Clientes e lanchonetes ligam ou mandam mensagens no nosso WhatsApp e fazemos a entrega”, disse.
Ele comentou que muitos serviços de transporte de passageiros, como circular e táxi, continuam trabalhando normalmente. “Estamos muito tristes, acredito que a lei tinha que ser aplicada para todos, pois no meu ponto de vista os outros meios de transportes são mais perigosos para espalhar o coronavírus”, explicou.
Gláucio ainda deu o exemplo de cidades como Avaré (SP), em que os moto táxi estão trabalhando normalmente. “Estamos torcendo para tudo isso acabar logo e voltarmos no nosso ritmo normal, uma vez que já há muitos mototaxistas que já estão passando necessidades, pois muitos trabalham hoje para se alimentar amanhã”, pontuou.