A desinformação perigosa

Nunca se viu uma campanha tão absurda de desinformação quanto a que acontece atualmente junto da pandemia do novo coronavírus, causador da Covid 19. A doença já infectou mais de 2 milhões de pessoas em todo mundo e fez mais de 150 mil mortos. Somente no Brasil, são mais de 30 mil casos e mais de 2 mil pessoas que perderam a vida para a Covid-19.
Pela primeira vez desde o início dos casos no Brasil, em fevereiro, o governo federal informou a quantidade de pessoas que se recuperaram da doença: foram mais de 14 mil pacientes que se curaram da Covid-19. Um número extremamente positivo, que anima não somente as pessoas que estão preocupadas com a pandemia, mas também a comunidade médica, que vê o resultado de todo o esforço e da jornada extenuante que estão se submetendo para se manter na linha de frente no combate a este mal terrível.
Porém, esses dados positivos não podem fazer com que as pessoas baixem a guarda. Uma rápida volta pelas ruas de Vargem Grande do Sul basta para comprovar o quanto as pessoas estão minimizando o perigo da Covid-19. O decreto do governo do Estado que determina quarentena e isolamento social até o próximo dia 22, não tem sido observado por muita gente na cidade.
São lojas de produtos cosméticos, bares, estacionamento de vendas de veículos, lojas de roupas, salões de cabeleireiro abertos como se nada estivesse acontecendo. Além de levar perigo de contágio para suas próprias famílias, o funcionamento desses pontos gera revolta naqueles que estão seguindo à risca as determinações das autoridades sanitárias.
A Covid-19 não está matando em Vargem Grande do Sul ainda. Mas já causou dor e sofrimento a famílias de cidades da região, como bem mostrou a Gazeta em sua edição do último sábado. Já há mortes pela doença em Poços de Caldas, Itapira, Leme, Porto Ferreira, Mococa, Ribeirão Preto, São Carlos, Campinas… Municípios que estão a poucos quilômetros de Vargem.
A desinformação para tentar minimizar a gravidade da situação é tamanha, que muitos chegam a dizer que se trata de “mimimi” os diversos alertas feitos pelo Ministério da Saúde, pelo governo federal e pelas autoridades sanitárias de todo país. Muitos tem comparado o número de mortos pelo Covid-19 a uma série de outras doenças, para falsamente dizer que ela mata menos.
No entanto, se esquecem que o Brasil não tem testado em massa as pessoas com suspeitas de terem o novo coronavírus, portanto, apesar dos números serem oficiais, dificilmente ele corresponde à realidade e a estimativa é que seja imensamente maior. Mas se tratando de números oficiais, um levantamento da Fiocruz mostra que de janeiro a abril de 2020 mais de 1,3 mil pessoas morreram no país devido a todos os vírus de gripe existentes (novo coronavírus, H1N1 e demais influenzas). Esse número é um pouco menor que o somado em toda a década nos mesmos meses. Entre 2010 e 2019, os meses de janeiro a abril desses anos, somaram 1.645 mortos por todos os vírus de gripe.
Ou seja, não se pode baixar a guarda. Não se pode relativizar o problema. A Covid-19 é extremamente perigosa, leva a morte e Vargem Grande do Sul, por mais que a prefeitura e o Hospital de Caridade têm se esforçado em equipar as unidades de saúde, não tem aparelhos para aguentar um número de casos grande ao mesmo tempo. Por isso, o isolamento social é tão importante. Não é apenas para que as pessoas não contraiam a doença, é para dar fôlego ao Hospital e à equipe de médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem para tratar os doentes e não terem que escolher quem irá ser tratado e quem irá aguardar o tratamento.

4 COMENTÁRIOS

  1. PELA PRIMEIRA VEZ NÃO. O GOVERNO SEMPRE INFORMOU. QUEM NÃO INFORMA POSITIVAMENTE E NUNCA INFORMOU É A MÍDIA. AQUELES, QUE DEVERIAM CONFORTAR O POVO COM NOTICIAS BOAS, FICAM FAZENDO TERRORISMO E PASSANDO INFORMAÇÕES MENTIROSAS. INFORMEM-SE, PESQUISEM, VOCÊS SÃO DA ÁREA.
    OBRIGADO!

    • A imprensa tem obrigação de noticiar os fatos e acontecimentos, sejam notícias positivas ou negativas.
      Tudo o que é informado pela Gazeta de Vargem Grande tem base em apuração jornalística e fontes oficiais. Quanto à publicação de mentiras, isso é prática recorrente de sites inescrupulosos, onde as notícias falsas ganham terreno. Felizmente, a Gazeta de Vargem Grande é uma empresa de muita credibilidade e está desde 1981 cumprindo com seu papel junto à comunidade vargegnrandense.
      Lígia Ligabue, editora

  2. A mídia e a imprensa deveria relatar o ocorrido e não colocar sua opinião sobre ele, pois como foi citado no post, esse seria o papel junto a comunidade, OS FATOS. Mas não, usam disso para amedrontar e sair informando notícias sem os fatos concretos, como foi o caso das 2 mortes essa semana. Existem sim, muitos municípios colocando mortes como COVID-19 sem ser, e isso deveria ser investigado pela mídia e virar notícias, assim como as pessoas que pegam e se curam. Mas é mais fácil transformar isso em briga política!

    • Olá, paulajessicaluiz@gmail.com
      Esse texto é o editorial do jornal, um artigo opinativo, como todos os editoriais de todos os jornais os são.
      Esta semana, a suspeita de duas mortes era concreta, tanto que foram feitos os testes. A mídia cumpre seu papel investigando e sobrando as autoridades, que são as responsáveis pela divulgação dos dados de casos positivos, dos negativos, dos recuperados e dos casos onde a doença provocou a morte dos pacientes. Dados aliás, que são divulgados pelo próprio governo federal.

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