A pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, já atingiu mais de 2,4 milhões de pacientes em todo mundo, provocando mais de 167 mil mortes. Em Portugal, onde a epidemia deixou 20.863 pessoas doentes e matou 735 moradores, o governo decretou estado de emergência no dia 18 de março. É o que conta a vargengrandense Karllyn Kertzman Gonçalves Moreira, esteticista, que mora com a filha em Santa Maria da Feira, na região de Aveiro, em Portugal.
Na série de reportagens da Gazeta de Vargem Grande que relata como diferentes países do mundo tem enfrentando a pandemia segundo a ótica de vargengrandenses que residente em diversos pontos do globo, o depoimento de Karllyn fala sobre seu dia a dia em Portugal, onde já está há 4 anos.
“Os primeiros relatos de casos confirmados foram no dia 2 de março e se tratava de pessoas que foram para Itália de férias”, comentou. “Ao início, a Direção Geral da Saúde dizia que estava tudo controlado, mas em poucos dias, os casos aumentaram muito, principalmente nas escolas. Foi quando o governo pediu para os alunos com suspeita de Covid-19, entrar em quarentena. No dia 12 de março, o governo decidiu pelo fechamento de todas as escolas do país e no dia 18 de março, foi decretado o Estado de Emergência, onde todo comercio foi fechado, ficando somente farmácias e mercados abertos. Essa semana foi renovado o Estado de Emergência e vamos até 2 de maio”, relatou.
A esteticista contou que desde o dia 12 de março está em casa com a filha. “Fazemos atividades como pinturas, desenhos e a escola tem feito trabalhos online para ter contato com as crianças. Costumo andar de bicicleta com ela, mas somente no quarteirão”, comentou.
“Desde que foi decretado o Estado de Emergência, não tenho trabalhado, o que é muito complicado, porque não tivemos nenhum tipo de ajuda do governo, apesar de eles terem anunciado alguns benefícios. Mas até hoje, ninguém conseguiu essa ajuda. Porém, acredito que no início de maio já poderemos voltar a trabalhar”, avaliou.
“Com toda essa situação, apertou ainda mais a saudades da família e a dúvida de quando vamos conseguir voltar a vê-los. O que alivia um pouco a saudades e a angustia, é o fato de estar falando com a família todos os dias, via internet”, disse.
“Acredito que o governo brasileiro está tomando as medidas possíveis e necessárias para combate desse vírus, pois mais cedo mais tarde, haverá um remédio e vacina para essa pandemia. Porém, pior seria um desastre econômico, que venha levar muitas famílias ao desemprego e até a fome e para isso não existem vacinas e remédios. Claro, o único remédio é trabalhar. É logico que todos nos temos que ter os cuidados necessários e aprender a lidar com esse inimigo. Assim como aprendemos a lidar com a dengue, a Zika, o HIV, o câncer e muitas outras doenças”, avaliou.