Dra. Fernanda Coracini Morandin Bombini. CRM: 116806 / RQE 37452
Os alimentos presentes em nosso cotidiano, tão importantes para a saúde, podem ser responsáveis por causar reações alérgicas por vezes graves. Estima-se que 6% das crianças e 3,5 % dos adultos brasileiros têm alergias alimentares. Em virtude da relevância do tema, no mês de maio é comemorada a Semana da Conscientização da Alergia Alimentar com o objetivo de conscientizar a população sobre o tema, fornecer informações a respeito dessas doenças para que sejam diagnosticadas e controladas, de forma a possibilitar às famílias superar tais alergias, que geram tanto sofrimento físico e psicológico.
A alergia alimentar é uma reação indesejável que ocorre após ingestão de alimentos ou aditivos alimentares, com sintomas que podem surgir na pele, no sistema gastrointestinal e respiratório. As reações podem ser leves, como simples coceira nos lábios, até reações graves que podem comprometer vários órgãos.
Há diversos fatores relacionados ao aparecimento da doença. A predisposição genética tem um papel importante, onde 50% a 70% dos pacientes possuem história familiar de alergia.
Qualquer alimento pode desencadear reação alérgica. No entanto, leite de vaca, ovo, soja, trigo, amendoim e castanhas, peixe e crustáceos são os mais envolvidos. O amendoim, os crustáceos, o leite de vaca e as nozes são os alimentos que provocam reações graves (anafiláticas) com maior frequência.
Os alimentos podem provocar reações cruzadas, ou seja, alimentos diferentes podem induzir respostas alérgicas semelhantes no mesmo indivíduo. O paciente alérgico ao camarão pode não tolerar outros crustáceos. Da mesma forma, pacientes alérgicos à castanha de caju têm maior chance de reagir ao pistache.
As reações provocadas por conservantes, corantes e aditivos alimentares são menos frequentes. Tais substâncias podem estar presentes em sucos industrializados, gelatinas, balas coloridas, temperos prontos (caldos de carne ou galinha), entre outros. Os sintomas podem ser muito variados, desde reações mais leves até situações ameaçadoras à vida como: urticária, inchaço, coceira, lesões de pele, diarreia, dor abdominal, vômitos, tosse, chiado, rouquidão, queda da pressão arterial, arritmias cardíacas e colapso vascular. Além desses sintomas, nos bebês pode ocorrer presença de sangue nas fezes, cólicas intensas, diarreia podendo levar à anemia, dificuldade de ganho de peso e retardo no crescimento.
Apesar da importância do tema, é necessário muita cautela e certeza para se afirmar que o paciente é portador de alergia alimentar. Por vezes, intolerâncias a determinados alimentos são erroneamente diagnosticadas como alergia, implicando na restrição dietética de nutrientes importantes, principalmente em se tratando de crianças, que estão em fase de desenvolvimento.
Para pacientes, familiares de pacientes e interessados no tema, foi desenvolvida pela “Proteste” e “Põe no Rótulo” com o apoio da ASBAI uma cartilha muito didática que pode auxiliar muito nesta difícil trajetória – www.proteste.org.br/institucional/informe-se/cartilhas-da-proteste/alergia-alimentar. FONTE: ASBAI