Primeira a receber vacina destaca necessidade da imunização

A médica Amanda Naldoni foi a primeira a receber a vacina

A médica Amanda Naldoni não escondia a felicidade com o início da vacinação em Vargem Grande do Sul. Ela também se mostrou bastante emocionada por ter sido escolhida para tomar a primeira dose. “Eu fico extremamente feliz e honrada. Foi um momento que eu esperei por muito tempo. É um recomeço, agora sim, a gente consegue ver no horizonte uma solução para isso, por que até o momento, a gente estava um pouquinho no escuro. Era o que a gente queria desde o começo, uma vacina que tivesse uma eficácia acima de 50% para quando estiver aplicada em toda população, poder oferecer uma imunidade de rebanho, diminuir a gravidade de alguns casos e tirar a sobrecarga do sistema de saúde”, disse.
Ela comentou que o Hospital se preparou para atender a demanda de pacientes da Covid-19, mas houve momentos difíceis. “Desde o início, a gente estava com uma estrutura para conseguir atender os casos que necessitavam de atendimento hospitalar e a gente montou uma equipe, eu, o Dr. Gustavo, o Dr. Marco Antônio, pessoal da enfermagem, da fisioterapia, então foram momentos bastante difíceis e eu não tenho nem palavras para descrever a alegria de estar recebendo a vacina”, ressaltou. “Eu acompanhei de perto os pacientes que evoluíram de uma forma mais grave e que precisaram de uma suplementação de oxigênio, que são os pacientes que internam”, comentou.
Ela não teve a doença, assim como nenhum de seus familiares. “A gente tenta tomar muito cuidado, nós que estamos nessa linha de frente, acabamos nos expondo muito. Mas nunca faltou equipamento. Temos protocolos bem rígidos no setor para evitar contaminação. E foram poucos funcionários que pegaram”, explicou.
Sobre a vacinação, a médica ponderou que a partir do momento que uma parcela maior da população ser vacinada, haverá uma diminuição na quantidade de casos mais graves, evitando uma sobrecarga nos atendimentos. “Um pouco antes do final do ano passado, tivemos momentos muito difíceis, de faltar leito e não por falta de preparo, pois foi realizado uma infraestrutura para tentar dar um bom suporte às pessoas, mas chegou em um momento que ultrapassou o que a gente tinha para oferecer”, lembrou.

Prevenção continua
“A partir do momento que houver essa vacinação, isso vai diminuir. Mas é algo a médio e longo prazo. A vacina é um passo importantíssimo para controlar a pandemia e diminuir óbitos. Só que não é começando a vacinação que as pessoas vão voltar a ter uma rotina normal. Ela vai controlar a disseminação do vírus, mas ainda não vai erradicar. Por isso é importante que o pessoal continue com as medidas de proteção individual e coletiva”, afirmou Dra. Amanda.

Importância da vacina
A médica destacou ainda a importância da vacina e do processo de imunização. “É uma vacina que me deixa extremamente orgulhosa do nosso Sistema Único de Saúde, do Instituto Butantan. Foi uma vacina produzida em tempo recorde, mas não porque foi feita de qualquer jeito, mas sim por conta da comoção e mobilização que teve”, ressaltou. “Foi uma vacina extremamente bem feita, o estudo de fase 3 extremamente confiável, com pouquíssimos efeitos colaterais”, ressaltou.
“Vacinação é algo que na minha opinião, e na de epidemiologistas, especialistas, ela deixa de ser uma escolha individual, é um pacto coletivo. Se eu não quiser vacinar, eu não vou ter as consequências só para mim individualmente, isso impacta na população em geral. Então vacinação é um pacto coletivo. Se você não vacinar, você vai estar prejudicando outras pessoas. E as pessoas não tem dimensão, por uma grande maioria dos casos se comportar leve, do que é um paciente internado, da ansiedade da família. Sabe, a gente tenta fazer o que está no nosso alcance para minimizar, mas é extremamente difícil”. Ela destacou ainda que a escolha de não querer se vacinar é ainda infundada também. “A gente sabe que o que a gente tem que confiar é na ciência, tudo o que foi feito foi respeitando o método científico, foi aprovado pela Anvisa, é uma vacina com pouquíssimos efeitos colaterais, é uma vacina de vírus inativado, então posteriormente depois de estudos também vai poder ser aplicada em imunodeprimidos, em gestantes. É uma vacina muito segura”, afirmou.
“É uma realidade muito triste que estamos vivendo. Queria que todos tivessem a oportunidade de ficar um dia ali (na ala da Covid) para ver o que estamos tendo que lidar para entender a importância deste momento”, contou. “A decisão de não tomar faz mal não somente para ela, como aos outros também e nesse momento de pandemia temos que ter amor ao próximo e senso de coletividade”, afirmou a médica.

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