Pronto Socorro deverá se mudar para o hospital

“A proposta discutida e apresentada à administração pública municipal basicamente se resume a mudar e unificar a saúde do município, de forma a otimizar recursos que muitas vezes são gastos em duas frentes que executam o mesmo trabalho”, afirmou.
A unificação do pronto socorro que hoje funciona no Posto de Pronto Atendimento (PPA) “Alfeu Rodrigues do Patrocínio” e que passará para o Hospital de Caridade, é uma das propostas que será executada. Explicou Jair que num período de 90 a 120 dias, o pronto socorro noturno que funciona no PPA, será transferido para o hospital.
“Posteriormente, após a adequação do espaço físico junto ao hospital, o poder público municipal transferirá o atendimento do pronto socorro do período diurno também para cá”, falou. O novo provedor estima uma redução de custos no total hoje gasto pela prefeitura em atendimento nesta modalidade em cerca de 30%, sendo que esta economia poderia ser revertida em outras assistências que o hospital passaria a dar à saúde dos vargengrandenses.
Explicou que outra questão seria tentar ao máximo, a unificação dos profissionais que atuam na rede básica de saúde do município junto ao hospital. “Dessa forma, criaríamos uma resolutividade maior e muito mais ágil no atendimento aos pacientes, diminuindo inclusive gastos com exames e transferências de pacientes para outros hospitais”, afirmou o novo provedor.
O caso acima exposto por Jair, tem a ver com as cirurgias eletivas e o envolvimento dos médicos do hospital na sua realização. É do conhecimento público que centenas de vargengrandenses esperam numa fila para realizar pequenas cirurgias e por não conseguir chegar a um acordo entre o poder público, o hospital e os médicos, dezenas de pessoas foram obrigadas a fazer as cirurgias em outras cidades, sendo as mesmas pagas pela prefeitura municipal.
Quando isso acontece, muitas vezes vencem os prazos dos exames, com os pacientes sendo obrigados a repeti-los, gerando mais custos, demora e às vezes sem resolver o problema. “A ideia é que toda cirurgia de baixa ou média complexidade deverá ser feita no hospital de Vargem Grande do Sul, ao contrário do que está ocorrendo atualmente”, falou o novo provedor, que para atingir estes objetivos, disse ser necessário a otimização e vinculação dos médicos da rede pública com o hospital.

Melhorias
Ainda para diminuir os gastos, Jair pretende com a ajuda dos novos membros da Mesa Diretora, estudar a implantação de um projeto para utilizar a energia solar e diminuir os gastos com a energia elétrica, a viabilidade de se construir uma usina de oxigênio e a reavaliação e repactuação de contratos realizados entre o hospital e outras empresas fornecedores e prestadoras de serviços à entidade.
Na parte das receitas, além do trabalho em conjunto com o poder público municipal, visando prestar mais serviços e ter maior aporte de dinheiro do município, Jair disse que vão estudar a possibilidade de se implantar um projeto imobiliário no terreno anexo ao hospital, com a intenção de ter retorno financeiro através de aluguel do imóvel a ser construído através de parcerias.

Tabela do SUS
A maioria dos hospitais do Brasil passa por dificuldades como os vividos pelo Hospital de Caridade de Vargem Grande do Sul, que se agravou nos últimos anos. Indagado pela reportagem do jornal qual o maior problema do déficit do hospital, Jair Gabricho afirmou que é devido à baixa remuneração paga pelo SUS aos serviços prestados pelo hospital à população.
“O SUS repassa mensalmente algo em torno de R$ 175 mil para o hospital para cobrir todo tratamento médico, hotelaria (refeições e roupas do quarto), procedimentos, exames laboratoriais e demais atividades relacionadas ao atendimento ambulatorial do paciente internado para tratar de uma doença ou passar por uma cirurgia. Só que gastamos com a folha de pagamento dos 130 funcionários do hospital, algo em torno de R$ 400 mil, juntando os impostos e reflexos da mesma”, disse, citando ainda que há gastos com o pagamento dos plantões médicos, dos remédios utilizados e uma gama de produtos e serviços adquiridos de fornecedores.

Grupo
Dentre as ações previstas, está a criação de um grupo de voluntários para apoiar a Mesa Diretora, que segundo explicou Jair, atuaria como uma espécie de ouvidoria, para ver o que acontece no dia a dia do hospital, levantando os problemas, ouvindo os pacientes, reportando aos dirigentes o que estaria errado e propondo possíveis soluções.
“Esse grupo de voluntários receberia um treinamento sobre regras hospitalares e teria um responsável, com experiência hospitalar para fazer as visitas nos quartos, inspecionar, tirar dúvidas, moderar, colocar limites e ajudar na apresentação de possíveis propostas que possam melhorar o atendimento aos pacientes e também a qualidade dos serviços prestados”, falou Jair.
Para o novo provedor, o mais breve possível será feito um treinamento com todos os funcionários, visando a melhoria de processos e atendimento ao público e posteriormente, tendo o hospital apresentado melhores resultados, implantar campanhas que visem arrecadação ou doação de receitas extras para ajudar a combater o déficit que a entidade apresenta.

Agradecimento
Mostrando-se bastante animado com os novos desafios, o empresário disse que ficou surpreendido com as inúmeras mensagens de apoio que teve tão logo foi confirmado sua indicação para ser o novo provedor do hospital. “Até mesmo pessoas que eu não conhecia se dispuseram a ajudar com trabalho ou até mesmo financeiramente”, afirmou.
Ele aproveitou a oportunidade da reportagem do jornal para agradecer as pessoas que assumiram o compromisso de compor a Mesa Diretora, o Conselho Deliberativo e o novo Conselho Fiscal do hospital. “Eles acreditaram e se dispuseram prontamente a ajudar nesta tarefa, neste sonho em poder construir e mudar a saúde pública do município e consequentemente do hospital, por meio das propostas e projetos que foram apresentadas e prontamente aceitas pelo prefeito Amarildo e o vice Celso Ribeiro”, disse à reportagem da Gazeta.

Pedido de apoio
São muitas as mudanças a serem feitas pela nova Mesa Diretora e neste sentido, o provedor Jair Gabricho pede apoio, quer seja financeiro, de colaboração ou de propostas que possam contribuir com o trabalho que sua equipe vai realizar. “Serão mudanças que envolverão alterações administrativas, culturais, comportamentais e de procedimentos. Somos cientes que teremos de vencer várias barreiras e poderão ocorrer problemas e dificuldades”, adiantou.
Ele pede paciência e compreensão a todos os envolvidos durante esta fase de implantação das melhorias em prol do Hospital. Em especial, ele se dirige aos médicos do Corpo Clínico do hospital, o qual, segundo Jair, sempre ajudou a entidade e sabedor de que não é possível existir hospital sem médicos, espera contar mais uma vez com o apoio e colaboração de toda classe médica do município.

Composição da nova diretoria

Desde o dia 1º de fevereiro os novos dirigentes do hospital tomaram posse e já estão respondendo pela entidade. O comando da entidade ficou assim constituída: Mesa Administrativa: provedor, Jair Sposito Gabricho, vice-provedor, Alessandro de Souza, secretário, Márcio Osório Mengali, tesoureiro, Valmir Costa, mesários Guilherme Cioccari Pinto de Oliveira, Marcos Roberto Barion e Rovilson Antônio da Silva Júnior.
Conselho Deliberativo: presidente Cássio Abrahão Dutra, vice-presidente Márcio Aliende Rodrigues, 1º secretário, Amarildo Elídio da Silva, 2º secretário Fausto Gadiani Júnior, conselheiros Cláudio Jorge Macchi, Juliano Scacabarozi, Márcio Milan de Oliveira e suplentes Antônio Palmiro Neto, Edson Bovo, Eduardo Denadai Campos, Eduardo Sbardelini Filho, Gilson Donizete do Lago e Tiago Argento Galbier.
O Conselho Fiscal foi composto por: presidente, Carlos Rodrigo Carvalho e conselheiros Anderson Luís dos Santos e Lucas Aparecido Ferreira.

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