Um ano de pandemia no Brasil

No final de fevereiro de 2020, o Brasil registrou seu primeiro caso de Covid-19, doença que ainda era pouco conhecida, mas que já vinha fazendo milhares de vítimas pelo mundo. Passado um ano, o País ainda erra na estratégia de combate à doença, que avança de maneira bastante destrutiva. Tanto, que o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, afirmou em entrevista na quinta-feira, dia 25, que o Brasil vive uma “nova etapa da pandemia” ao dizer que a contaminação continua em alta, principalmente, por causa de novas cepas do novo coronavírus, que são consequência de mutações.
A região de Vargem Grande do Sul iniciou também sua pior semana desde o início da pandemia. Em São João da Boa Vista, não há mais leitos para doentes da Covid-19, nem vagas em UTI. A cidade vizinha registrou 10 mortes em apenas dois dias. O diretor de Saúde sanjoanense, em entrevista à TV União, afirmou que há indícios clínicos de que pacientes teriam contraído a nova cepa do vírus, o que ainda não foi confirmado por exames laboratoriais.
Em Divinolândia, o número de casos dobrou em menos de um mês. Em Águas da Prata, a prefeita Regina fez um apelo para que turistas deixem de ir a cidade pelos próximos 15 dias para evitar aumento do número de casos. Em Casa Branca, mais uma morte foi registrada na cidade. Apesar de Vargem seguir em aparente tranquilidade, com número de casos aumentando, mas de maneira menos intensa que nas cidades vizinhas, nada garante que essa calmaria deva continuar.
Nesta semana, o Brasil somou mais de 250 mil mortos para a Covid-19. Em um ano, a história deveria ser outra. O país deveria ter se unido e não rachado na luta contra a doença. Deveria ter se amparado em dados científicos, de pesquisadores renomados. E não em achismos e recomendações sem amparo em qualquer órgão sério de Saúde.
Sem uma liderança agregadora, uma campanha unificada de vacinação, um governante que buscasse acalmar os ânimos e não tornar a animosidade política ainda mais evidente, o caos gerado pela doença só se agravou. E isso vale tanto para a presidência da república quanto para o governo de São Paulo, para citar dois dos principais atores nesse enredo perverso.
Pois as mortes acontecem nas cidades e em municípios pequenos como Vargem, elas ocorrem nas famílias de pessoas que todos conhecem. São vizinhos, são colegas de trabalho, são pessoas que frequentam a mesma igreja. Perderam todos. Perdeu cada uma das 250 mil famílias de brasileiros que tiveram um ente querido levado pela doença. Em Vargem são 27 famílias, rostos conhecidos na comunidade.
São também milhares de pessoas em todo país que perderam o emprego, estão lutando para trazer um prato de comida na mesa. Resultado de uma política econômica vacilante, do jogo de poder que demora em aprovar mais uma etapa do auxilio emergencial.
Chega-se a um ano, e não se salvou nem a economia, nem a vida. Resta esperar que a vacina avance, que as pessoas sigam cuidando das medidas de prevenção e que os próximos meses se tornem menos obscuros.

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