Dia Mundial da Conscientização do Autismo: mãe fala como é o dia a dia com seu filho de 15 anos

Mãe avalia que a sociedade ainda é leiga em relação ao autismo

Nesta sexta-feira, dia 2, é celebrado o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, definido em 2007 pela Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de chamar a atenção para a importância de conhecer e tratar o autismo. Neste ano, assim como em 2020, a campanha nacional segue o tema ‘Respeito para todo o espectro’, para celebrar a data.
A ONU estima que há 70 milhões de pessoas com autismo em todo o mundo, sendo 2 milhões somente no Brasil. Estima-se que uma em cada 88 crianças apresenta traços de autismo, com prevalência cinco vezes maior em meninos.
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento, caracterizado por padrões de comportamentos repetitivos e dificuldade na interação social, que afeta o desenvolvimento da pessoa com TEA. Os transtornos começam na infância e tendem a persistir na adolescência e na idade adulta. Na maioria dos casos, segundo os dados, as condições são aparentes durante os primeiros cinco anos de vida.
Não há só um tipo de autismo, mas muitos subtipos, que se manifestam de uma maneira única em cada pessoa. É tão abrangente que se usa o termo espectro pelos vários níveis de comprometimento, uma vez que há desde pessoas com outras doenças e condições associadas, como deficiência intelectual e epilepsia, até pessoas independentes, com vida comum, algumas nem sabem que são autistas, pois jamais tiveram diagnóstico.

Vivência
A vargengrandense Maria Rita Santos Ferreira Siqueira é mãe de João Vitor, de 15 anos, diagnosticado com autismo no início da infância. À Gazeta de Vargem Grande, ela contou como foi a identificação do transtorno e como é o dia a dia da família.
“Eu notei que o João tinha algo diferente quando ele tinha sete meses, porque ele era uma criança que não brincava e não interagia como as outras crianças. Aos dois anos, notei que ele não chamava mamãe ou papai e nem olhava nos nossos olhos, então levei no pediatra, mas ele falava que era da idade. Porém continuei minha jornada e fui encaminhada para a entidade Mão Amiga e foi aí que a psicóloga notou que ele era autista”, contou.
Maria Rita comentou que foi para São Paulo, na Clínica de Genética, onde eles também constatam o autismo. “Lá, o neuropediatra emitiu o laudo F84 asperger com retardo mental, sendo autismo. A Apae teve um papel muito importante na vida do João”, disse.
A mãe relatou que a família sempre o tratou como um adolescente normal com suas dificuldades. Porém, a pandemia da Covid-19 não facilitou. “Com a pandemia ficou muito difícil porque ele não entende que não pode ir pra escola e que não pode passear. Está sendo muito difícil, ele está muito agitado desde então”, falou.
Segundo ela, os desafios foram grandes desde o início. “No começo foi bem difícil, eu não entendia nada sobre o autismo e entrei em uma depressão, que logo passou. Levantei a cabeça e resolvi enfrentar de frente e aceitar que o meu filho era uma bênção, um anjo enviado por Deus, confiado a mim cuidar dele e zelar por sua segurança”
Maria Rita contou alguns dos desafios que enfrenta diariamente. “Um é a sinceridade deles, outro é acordar e ver que você tem uma pessoa que depende inteiramente de você e que você tem que proteger a qualquer custo de uma sociedade ainda leiga em relação ao autismo”, pontuou.
Mas, acima de tudo, ela ressalta que João Vitor é a razão de sua vida. “Amo esclarecer sobre o autismo e o que ele representa para mim e minha família é amor, carinho e muita paciência. Os melhores momentos é ver a evolução dele, ver as músicas que ele gosta, ver ele dançando como um adolescente da idade dele. O João tem me ensinado tanto como amar, perdoar e ser um ser humano melhor”, contou.
Ela comentou que o sonho de João Vitor era conhecer o prefeito Amarildo Duzi Moraes (PSDB), que o fez uma visita recentemente.

Rita e seu filho João Vítor. Foto: Arquivo Pessoal

2 de Abril dia Mundial da Conscientização do Autismo

Amanda Desidério é pedagoga e pós graduanda em psicopedagogia

Pensando em conscientizar a população vargengrandense nesse momento de isolamento social onde os pais estão passando a maior parte do tempo com os filhos, Amanda Desidério, formada em Pedagogia e estudante de pós graduação em Psicopedagogia, vem orientar a população sobre sinais e comportamentos do Autismo.

AUTISMO VOCÊ JÁ OUVIU FALAR?
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 70 milhões de pessoas em todo o mundo são autistas, com maior incidência no sexo masculino. As causas ainda não são determinadas. Porém, estudos apontam que diversos fatores tornam uma criança mais propensa a ter o TEA, dentre os quais destacam-se fatores genéticos e ambientais.

AUTISMO O QUE É?
Autismo é um transtorno de desenvolvimento que compromete as habilidades por déficit na comunicação social (socialização e comunicação verbal e não verbal) e comportamento (interesse restrito e movimentos repetitivos) e geralmente aparece até os 3 anos de vida.

Tratamentos para autismo terapias essenciais, qual profissional devo procurar?
O tratamento para autismo depende do nível de comprometimento de cada criança, o objetivo das intervenções terapêuticas é reduzir os sintomas e promover a independência da criança com autismo.
Ele envolve uma série de especialistas como neuropediatra, psicólogo infantil, terapeuta ocupacional, pedagogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo e terapeuta ABA.
O autismo é parte deste mundo, não um mundo à parte.

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