A importância da vacina

Pode parecer um contrassenso, mas ainda há muita gente que mesmo podendo, não tomou a vacina contra a Covid-19. Ao todo, são 3,3 milhões de brasileiros, segundo o levantamento do Laboratório de Estatística e Ciência de Dados (LED) da Universidade Federal de Alagoas. O estado de São Paulo lidera esse ranking, com 18,23% das pessoas que podem, mas não se vacinaram.
Em Vargem Grande do Sul, cidade que está entre as 10 que mais aplicou doses da vacina no Estado, com certeza tem morador que poderia já ter sido imunizado, mas ainda não procurou os pontos onde as doses são aplicadas. De acordo com a pesquisa, a dificuldade de acesso aos postos de vacina em municípios distantes é uma das principais queixas. No entanto, parcela desse total é reflexo de desinformação e falta de incentivo para a imunização.
Enquanto muitos moradores não veem a hora de se imunizar, outros ainda acreditam em notícias falsas, que vão desde implante de chip no DNA até o que diz que a vacina deixa o corpo da pessoa magnetizado. Uma série de bobagens, mas que infelizmente ainda há pessoas que acreditam.
Há ainda os que não acreditam na eficiência da vacina, pelo simples fato de haver pessoas vacinadas que contraíram a Covid-19. Uma analogia bastante simples feita pela microbiologista Natália Pasternak mostra como funciona a vacina e de quebra, explica por qual motivo é importante manter as medidas preventivas, como uso de máscaras e distanciamento social, até que a grande maioria da população esteja imunizada.
De acordo com a cientista, vacinas são como bons goleiros, não são infalíveis, mas o desempenho depende também de uma boa defesa. “Como é que a gente sabe que um goleiro é um bom goleiro? A gente olha o histórico dele, que é a eficácia do goleiro. A frequência com que ele pega a bola. Se ele tem um bom histórico, uma boa eficácia nos testes clínicos, ele é um bom goleiro. Mas isso não quer dizer que ele é infalível, não quer dizer que ele nunca vai tomar gol. E se a gente olha para um único jogo onde ele tomou um frango e fala, ‘ih, esse cara tomou frango, ele é uma porcaria’. Não, ele não é uma porcaria, ele é um bom goleiro, ele só não é infalível. E se ele tem uma defesa do time que é droga que não serve pra nada, que não usa máscara, que não faz distanciamento social, que não respeita as medidas preventivas, vai ter tanta bola vindo pro gol, vai ter tanto vírus circulando? Que a probabilidade dele errar é muito maior. Então, uma boa vacina, ela é um bom goleiro. Ela pode ser muito boa, mas ela não é infalível. E se tiver muita bola pro gol, muito vírus circulando, a probabilidade dela falhar é maior. Então, a gente precisa reforçar a defesa do time”.
E mais do que tomar a primeira dose, é fundamental tomar a segunda. Basicamente, a primeira dose ensina o sistema de defesa a reagir contra o coronavírus. A segunda estimula o corpo a produzir um número ainda maior de anticorpos.
Em mais de um ano de pandemia, muitas coisas foram pesquisadas, estudadas, verificadas e descartadas, como o uso de remédios como cloroquina e ivermectina no tratamento precoce que não funciona e não é usado como política pública pelo Ministério da Saúde. Mas outras, como a vacina, já estão mostrando um efeito prático bastante positivo. Em alguns países, já não há mais necessidade de se usar máscaras, pois a cobertura vacinal está bastante ampla e protegendo os moradores.
Pelos dados da prefeitura, 37% dos moradores tomaram uma dose da imunização contra a Covid-19 e 14% já foram vacinados completamente. Para qualquer início de retorno à normalidade, o ideal seria uma cobertura de 70% dos moradores com duas doses. Por isso, a população precisa se vacinar, esquecer as notícias falsas e o receio de uma possível reação. E claro, esperar que o governo faça sua parte e mande as doses para a cidade. Somente com vacinação ampla o novo normal será deixado para trás para que todos possam voltar pro bom e velho normal.

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