Com a chegada do inverno, Casa de Passagem precisa de doações

A chegada do inverno é um momento temido pelas pessoas em situação de rua. Apenas na madrugada desta quarta-feira, dia 30, sete moradores de rua morreram na capital São Paulo, segundo o Movimento Estadual dos Moradores em Situação de Rua. Na ocasião, os termômetros marcaram 6º. Em Vargem, a onda de frio que atingiu o município nessa semana, também derrubou a temperatura.
Para os vargengrandenses ou pessoas que estão em trânsito pela cidade, a Casa de Passagem Heitor de Andrade Fontão é um abrigo extremamente necessário e fundamental. Porém, o inverno é o momento mais crítico para a entidade. À Gazeta, Eduardo Caju Novellino, o presidente da Casa de Passagem, que foi reeleito recentemente para o mandado de 2021-2023, explicou o momento que a entidade enfrenta. Ele relatou que a instituição vem sofrendo um processo de adequação na tipificação da lei, uma vez que houve uma paralização na reforma do antigo albergue, hoje, Casa de Passagem, por conta da pandemia.
Contudo, benfeitorias foram feitas e conquistas significativas foram realizadas, conforme explicou. “Como a parceria com a Justiça Federal, um convênio que possibilitou a compra de utensílios e material de cozinha. Também foi firmado uma parceria com a Caixa Econômica Federal para renovação de alguns móveis como sala de coordenação e sala técnica”, disse.
A equipe da Casa de Passagem, segundo o presidente, tem trabalhado para atualização tanto das instituições competentes da entidade, quanto para viabilizar novos recursos. “Hoje a diretoria da Casa de Passagem mantém um trabalho muito importante, em uma parceria com a prefeitura, com uma casa de acolhimento temporário, visando o enfrentamento da Covid-19, dando possibilidade de pessoas em situação de rua estarem abrigadas em determinado período e também dando a oportunidade de ressocialização, trabalho com vínculo familiar e um novo emprego, voltando assim para a vida cotidiana”, explicou.

Maior procura
Quando chega o inverno, Eduardo comentou que já estão acostumados com um aumento da procura dos nossos serviços na Casa de Passagem. “Hoje temos um atendimento técnico capacitado, fazemos o acolhimento do usuário, a distribuição de cobertores para aqueles que não querem pernoitar na casa, continuamos e intensificamos a distribuição de roupas e vamos desenvolver uma campanha para conscientização da população a respeito do serviço prestado”, relatou.
Ele pontuou que a demanda no último mês aumentou, principalmente devido às baixas temperaturas. “Nesta época, temos muitos itinerantes na cidade em busca de emprego. Nós realizamos no mês de junho mais de 200 atendimentos somente na Casa de Passagem. Sem contarmos o trabalho realizado na Casa de Acolhimento Irmã Dulce”, disse.
Ele contou como estão se preparando para mais um inverno na pandemia e como funciona o projeto Eu Resgato. “Fazemos doações, se necessário, de roupas e cobertores e fazemos nosso acolhimento de segunda a sábado. Já a Casa de Acolhimento Irmã Dulce funciona 24 horas. A busca ativa do projeto Eu Resgato é fundamental neste período, o veículo nos possibilita buscar a pessoa que está em situação de rua, onde somos solicitados muitas vezes pela população e vamos até o encontro dessas pessoas”, informou.
Para isso, ele pontuou que a Casa de Passagem tem disponibilizado o telefone (19) 3641-1765, que também é WhatsApp, onde a população pode acioná-los para que realizem essa busca. “Alguns não querem estar conosco na Casa e outros aceitam de bom grado. Aqueles que não querem vir, fazemos um trabalho de orientação, observamos se está alimentado. No inverno intensificamos a doação de roupas, onde temos pessoas que nos enviam e temos parcerias como a Mariquinha Boutique, que está desenvolvendo uma Campanha do Agasalho para nós”, explicou.

Triagem
Ele relatou que, na Casa de Passagem, é feito a avaliação e, se a pessoa for um itinerante, encaminham para sua cidade e se é vargengrandense, encaminham para o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), onde são bem atendidos.
Para o inverno, Eduardo pontuou que estão bem equipados. “Nós temos cobertores e temos recebido doações, buscamos atender todos os usuários que procuram a casa para ninguém ficar na rua. A demanda no frio com certeza é maior. Gostaríamos muito que a população se sensibilizasse com doações e buscassem entender a necessidade de todo o projeto”, completou.

Alimentos e agasalhos
A Casa de Passagem continua necessitando de alimentos, agasalhos e, principalmente, que as pessoas ajudem a divulgar o trabalho e a informar corretamente sobre o trabalho de resgate de pessoas em situação de rua.
O projeto como um todo continua necessitando de alimentos, agasalhos, mas principalmente que as pessoas ajudem a divulgar o trabalho, a informar corretamente sobre o trabalho de resgate de pessoas em situação de rua e propagar a informação. “Nós não estamos resgatado vidas, pessoas que querem uma mudança. Se falarmos que não precisamos de doações, estaríamos mentindo. Temos nosso trabalho divulgado nas redes sociais, em nosso site, onde colocamos nossos atendimentos, nossas prestações de contas e contato”, finalizou.

Entidade resgata pessoas em situação de rua. Fotos: Arquivo Pessoal

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