Projeto de rua no Jardim Paulista deve ser iniciado após 10 anos

Área debatida no projeto fica atrás do Centro Esportivo Américo Toquini

Uma obra no jardim Paulista, atrás do Centro Esportivo Américo Toquini, está entre os projetos que a prefeitura de Vargem Grande do Sul vem planejando há mais de 10 anos. A obra, a construção de uma rua em parceria com a empresa Morandin Ferro e Aço, tem origem em um projeto de 2011, que originalmente previa a edificação de uma praça no local. Ele foi alterado para a construção da rua e ao que tudo indica, deve ser colocado mais uma para apreciação do Legislativo nesta semana.
O Projeto de Lei 69/2021 está em análise pelas comissões da Casa e tem como objetivo a abertura de um crédito de R$ 88 mil para aquisição de tubulação de concreto para galerias de águas pluviais, no Sistema de Lazer do Jardim Paulista, destinada a abertura de uma rua, que fazia parte do projeto inicial de 2011, que tratou de desafetação de área pública e doação com encargos a empresa Morandin Ferro e Aço.
Para dar andamento no projeto, será necessária a construção de uma segunda galeria de águas pluviais para atender o volume de água identificada na Avenida Teotônio Vilela. Porém, com o objetivo de viabilizar a continuidade da obra prevista na parceria entre a Prefeitura e a empresa, será realizada parte da galeria apenas no trecho da rua a ser pavimentada.
Sobre a conclusão da implantação do restante da galeria de águas pluviais, estas serão retomadas assim que a prefeitura conseguir recursos para a execução de sua totalidade. Assim, a prefeitura procederá a aquisição da tubulação necessária e fornecimento de maquinário enquanto a empresa cederá a mão de obra para o assentamento dos tubos e outros procedimentos necessários para execução da galeria no citado trecho.

Desde 2011
Segundo o informado pela prefeitura à Gazeta de Vargem Grande do Sul, uma série de contratempos ao longo dos anos foi motivando o adiamento da obra. Conforme o explicado, a empresa aguarda apenas a liberação da prefeitura para executar a sua parte no projeto.
Em maio, o vereador Célio Santa Maria (PSB) questionou a demora na execução da obra em requerimento aprovado pela Câmara. “Quando eu fui eleito e entrei nessa Casa, em 2017, foi um dos primeiros requerimentos que eu fiz, perguntando porque esse projeto estava parado”, recordou. “Ali era para ser uma área de lazer, o projeto inicial era de uma praça, de 2011”, comentou.
“Foi falado aos vereadores mais antigos que ali não poderia se fazer praça, porque tinha maus elementos, consumo de drogas e a gente sentiu a dor daquele povo. Conversando com várias pessoas que passaram pela Casa, questionavam que então Vargem não pode ter praça porque vai acumular maus elementos. Então o que pode se reunir lá, junta na praça principal também”, avaliou. “Ali tem mato, não tem iluminação e o pessoal segue sofrendo. O que eu peço é para um pessoal abandonado, que não tem uma praça, uma quadra, usa a da escola. É preciso da nossa voz para lutar por eles”.
Na ocasião, Serginho da Farmácia (PSDB) também questionou a demora na execução da obra. “Pelo que temos conhecimento, ouvi do próprio proprietário, ele está esperando a prefeitura fazer a tubulação necessária para depois dar andamento no calçadão da rua. Depois de pronto e iluminado, será bom para a população, porque em volta do campo será tudo iluminado, não terá pontos escuros, para o pessoal fazer uso de drogas”, comentou.

Melhorias
De acordo com Serginho, além do prolongamento da via, a prefeitura estuda construir um mini campo de futebol society para tirar crianças e adultos da rua, além de peças para academia ao ar livre em volta do campo.
“O que a gente pede é para o Executivo fazer a parte dele. A tubulação sairá da frente do clube para descer a água parada ali e que a prefeitura execute logo essa obra para que o proprietário da empresa dê andamento naquela iluminação e no calçadão”, disse Serginho.

Prefeitura relata adequações do projeto e problemas

Questionada pela Gazeta na ocasião, a prefeitura, por meio do Departamento de Obras, respondeu que parte das obras de infraestrutura que a empresa Morandin Ferro e Aço deveria executar estava diretamente ligada à conclusão das obras da rede de drenagem do Jardim Paulista (Contrato nº 01/2019), cuja término ocorreu em 17 de setembro de 2019.
Diante da conclusão desta drenagem, a empresa solicitou a autorização do Departamento de Obras a fim de dar início às obras que competiam a ela. Essa autorização foi estabelecida durante de uma reunião no local das obras, no qual estavam presentes o Diretor de Obras, Diretor do Departamento de Serviços Urbanos e Rurais e o proprietário da empresa Morandin Ferro e Aço.
Paralelamente o Departamento de Obras teve conhecimento que nas proximidades onde está instalado o PETI, constantemente vinham ocorrendo inundações no trecho da Avenida Senador Antônio Vilela no cruzamento com a Avenida João Osório da Fonseca.
Diante disso, o Departamento de Obras vistoriou o local e constatou a necessidade da execução de uma rede de drenagem pluvial.
“Seguimos então o caimento natural das vias e concluímos que o ponto de lançamento dessas águas ocorresse na Avenida Monsenhor Celestino C. Garcia, passando pelo local onde as obras de infraestrutura são de responsabilidade da empresa Morandin Ferro e Aço”, informou o departamento.
“Foi desenvolvido um projeto que atendesse toda a bacia de contribuição do local e chegamos a um dimensionamento final de uma rede de 800 milímetros de diâmetro e 193 metros de extensão, justamente no local de responsabilidade da empresa Morandin Ferro e Aço”, relatou. “Com isso, o Departamento de Obras informou à Morandin Ferro e Aço que as obras no qual havia iniciado deveria ser paralisada provisoriamente, para que pudéssemos resolver a questão da rede de drenagem ora projetada”, explicou.

Recursos
Buscando alternativas financeiras para a execução dessas obras, a prefeitura entrou com solicitação junto ao Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro) com o objeto “Drenagem pluvial de ruas da Cohab Homero Correa Leite”, através do Ofício n.º 125/2020/DECONV 23 de outubro de 2020 – Fehidro CBH-MOGI-2020 – 2º Pleito, para captar recursos para a execução da obra no total de R$ 485.252,08, sendo o valor de R$ 419.743,04 de repasse Fehidro, e contrapartida de R$ 65.509,04.
De acordo com o relatado, a documentação apresentada pela administração não atingiu a pontuação necessária avaliada pelos técnicos do Fehidro e o pedido foi inabilitado, cabendo nova reapresentação no pleito seguinte, ocorrido em meados de março e abril.
“Neste ano, apresentamos junto ao Fehidro, através do Ofício nº054/2021/DECONV a solicitação de recursos para a execução da obra, com os valores devidamente atualizados, no total de R$ 685.096,28, sendo R$ 486.418,89 do Fehidro e R$ 198.677,39 de contrapartida da prefeitura.
“Cabe frisar que os serviços pactuados com a empresa Morandin Ferro e Aço não sofrerão alterações, devido a execução deste projeto de drenagem. Destacamos que a obra não foi realizada até o momento em função da Prefeitura não ter recursos suficientes para realizar as galerias de águas pluviais citadas”, detalhou a prefeitura.

Atribuições
Pelo projeto, é de responsabilidade da prefeitura a execução dos serviços preliminares (limpeza do terreno, locação e placa da obra); microdrenagem, arborização, sinalização viária, iluminação pública e as galerias de águas pluviais. É de responsabilidade da Morandin Ferro e Aço a execução da terraplenagem (aterro); guias e sarjetas; pavimentação e passeio público.
No início de junho, a prefeitura informou que estavam ocorrendo tratativas entre o prefeito e o proprietário da empresa, objetivando realizar as galerias apenas no trecho da rua a ser pavimentada, o que permitiria a realização das obras previstas no contrato existente entre a empresa e a prefeitura.

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