Últimos lances da política nacional devem refletir em Vargem

Tadeu Ligabue
Quem acompanha o desdobramento da campanha eleitoral para presidente da República e governadores que acontecerão em outubro deste ano, não deixou de refletir sobre os últimos acontecimentos e como eles devem se desenrolar envolvendo os políticos de Vargem Grande do Sul.
Primeiramente, a desistência do ex-governador João Doria do PSDB para o cargo de presidente da República merece uma reflexão, pois o atual mandatário do município, o prefeito Amarildo Duzi Moraes, também é do PSDB e com o partido não lançando candidato, vai ter que sinalizar para seu eleitorado com quem vai estar na próxima eleição, que tudo indica será polarizada entre Lula (PT) e Bolsonaro (PL).
Amarildo já votou em Bolsonaro na primeira eleição que o elegeu presidente da República, mas nada garante que vai repetir a situação na eleição que deve acontecer dentro de quatro meses. Político hábil que é, provavelmente não deverá se expor tanto, pois como condutor do município, sempre muito pragmático, se confirmar as pesquisas que Lula deve se eleger, vai ter que buscar verbas junto ao governo federal do PT num futuro não muito distante.
Embora seja cedo ainda, a situação de saia justa continua para governador, uma vez que para o governo do Estado de São Paulo a situação do atual governador Rodrigo Garcia (PSDB) também não anda nada favorável, com ele aparecendo nas pesquisas eleitorais em 4º lugar, com 7% das intenções de voto, segundo pesquisa realizada em 23 de maio pela Pesquisa Real Time Big Data, contratada pela Record TV. A pesquisa aponta o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) à frente na corrida eleitoral para o governo do estado de São Paulo, com 29% das intenções de voto na pesquisa estimulada, quando o entrevistado recebe uma lista com os nomes dos pré-candidatos.
Em segundo lugar, aparecem empatados numericamente o ex-governador Márcio França (PSB) e o ex-ministro Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), com 15% cada, no cenário testado com mais pré-candidatos.
Outra pesquisa, esta do Instituto Paraná Pesquisas divulgada no dia 2 de maio, também mostra o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) com 29,7% das intenções de voto na pesquisa estimulada, o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) e o ex-ministro Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) vêm na sequência, com 18,6% e 15,2%, respectivamente. Rodrigo Garcia (PSDB) 0,4%.
Amarildo tem deixado claro que vai trabalhar para Rodrigo Garcia, atual ocupante do Palácio dos Bandeirantes e também do mesmo partido que o PSDB. A dificuldade que os tucanos tinham em apoiar Dória para presidente, foi afastado com a desistência do ex-governador, mas o PSDB pode nesta eleição perder seu grande trunfo político, que é o Estado de São Paulo.
Estuda-se a possibilidade de um tucano ser indicado vice na chapa de Simone Tebet, candidata da tal terceira via pelo MDB, mas com a polarização da campanha entre Bolsonaro e Lula, dificilmente a candidata terá espaço para o crescimento de sua candidatura a presidente do Brasil. A se confirmar, poderia ser uma saída para o prefeito Amarildo apoiar no primeiro turno e ficar bem na fita.
Também é do conhecimento nos meios políticos que o prefeito Amarildo sempre teve admiração pelo ex-governador Geraldo Alckmin, uma das grandes lideranças do PSDB, até o mesmo deixar o partido, se filiar no PSB e agora ser candidato a vice na chapa de Lula, o que embola ainda mais o meio de campo na política de Vargem.
Os vereadores, pelo que se tem conhecimento, um tanto devem votar em Bolsonaro, principalmente os que têm ligação com a igreja evangélica, e, provavelmente apoiar Tarcísio Gomes para governador, candidato do atual presidente. É o caso do Republicanos que tem como filiados os vereadores Fernando Corretor, Danutta e Maicon Canato. Já os filiados ao União Brasil, antigo Democratas, Gláucio Moto Táxi e Magalhães, também sinalizam que são bolsonaristas, o mesmo acontecendo com Parafuso e Bertoleti, que estão no PSD e certamente Itaroti, no PTB.
O vereador Guilherme Nicolau é do MDB e deve acompanhar o partido com Simone Tebet. Já os tucanos Canarinho e Serginho da Farmácia devem aguardar o posicionamento de Amarildo para ver que caminho tomam. De certo mesmo, é que defendendo Lula, aparentemente só estarão o presidente da Câmara, Paulo César da Costa e Célio Santa Maria, ambos do PSB, partido que demonstra apoiar Lula a nível nacional e também no Estado de São Paulo. A conferir.
Outras lideranças políticas locais, como o atual vice-prefeito Celso Ribeiro do Podemos, tem deixado claro que não pactua com Jair Bolsonaro e também não morre de amores por Lula e o PT, apesar de no passado já ter sido filiado ao Partido dos Trabalhadores. Celso tinha expectativas com a candidatura de Sérgio Moro, que também naufragou.
Rossi, que foi candidato a prefeito na última eleição está filiado no PSD, cujo líder Gilberto Kassab deve liberar os filiados para votarem em quem eles acharem melhor, Lula ou Bolsonaro. Não se sabe qual é o candidato que Rossi vai apoiar em Vargem.
Uma coisa é certa, o ex-vice prefeito Zé da Kibon é Lula até debaixo d’água e deve se tornar uma das lideranças locais a apoiar e fazer campanha para o ex-presidente. Zé é presidente do PSB e anda meio comedido em falar sobre eleições, mas seu passado político sempre foi historicamente ligado ao PT, partido do qual já foi presidente por muitos anos e a Lula.
Embora não irão sair às ruas para pedir voto para Lula, têm muitos empresários importantes da cidade que são antibolsonaristas e devem votar em Lula no primeiro turno para ver se o petista liquida logo a fatura, amenizando a possibilidade do atual presidente ter uma atitude transloucada de tentar um golpe de Estado, não aceitando sua derrota, como já vem assinalando ao longo do seu governo.
Mas, como faltam muita água para passar por debaixo da ponte, tudo ainda é conjecturas e muita coisa pode mudar até o dia 2 de outubro, quando os vargengrandenses irão às urnas escolherem seus próximos dirigentes a nível estadual e federal.
Por enquanto, segundo pesquisa Datafolha realizada nos dias 25 e 26 de maio, apontam Lula com 48% e Bolsonaro com 27% das intenções de voto, Ciro Gomes (PDT) com 7% e Simone Tebet com 2%. No segundo turno, Lula ganha de Bolsonaro com 58% a 33%. Ainda segundo a pesquisa, Lula corre o risco de ganhar as eleições no primeiro turno. Se as eleições fossem hoje, com a contagem dos votos válidos, Lula seria eleito com 54%, contra Bolsonaro que teria 30% dos votos.

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