Resultado negativo descarta caso suspeito de nova varíola em São João

O Instituto Bio-Manguinhos/Fiocruz pediu o registro de dois kits de diagnóstico molecular do vírus Monkeypox à Anvisa. Foto: Itamar Crispiom/Fiocruz

O Departamento Municipal de Saúde de São João da Boa Vista recebeu, na terça-feira, dia 9, a conclusão do Instituto Adolfo Lutz, que descartou o diagnóstico da doença monkeypox, a varíola dos macacos na cidade vizinha de Vargem Grande do Sul.
O primeiro caso suspeito da varíola dos macacos em São João foi registrado na quinta-feira, dia 4, e alarmou a população.
De acordo com o divulgado pelo jornal O Município, a Saúde identificou e investigou o caso suspeito, que tratava de um adulto do sexo masculino. Todavia, não havia mais nenhum detalhe do paciente.
O Departamento de Saúde comunica que a população deve procurar atendimento na rede de saúde sempre que houver sinais e sintomas da doença e seguir as orientações da equipe de saúde. Os principais sintomas são: dor de cabeça, dor de garganta, febre, mal-estar, fadiga e lesões na pele.

Atendimento em Vargem
A prefeitura informou que o município de Vargem Grande do Sul ainda não possui nenhuma notificação de casos suspeito da monkeypox.
De acordo com a prefeitura, os kits de coleta de amostras para análise do vírus assim como as normas técnicas já foram entregues pelo Departamento Regional de Saúde (DRS) 14.
Seguindo as determinações e orientações, o paciente suspeito passa pelo médico, é realizada a notificação e a coleta do material e enviado até o Instituto Adolfo Lutz, referência no Estado para análise. O suspeito entra em quarentena, e em casos graves é encaminhado ao hospital.

A doença
A monkeypox é causada por um poxvírus do subgrupo orthopoxvírus, assim como ocorre por outras doenças como a cowpox e a varíola humana, erradicada em 1980 com o auxílio da vacinação.
O quadro endêmico no continente africano se deve a duas cepas distintas. Uma delas, considerada mais perigosa por ter uma taxa de letalidade de até 10%, está presente na região da Bacia do Congo. A outra, com uma taxa de letalidade de 1% a 3%, encontra-se na África Ocidental e é a que deu origem ao surto atual.

Pesquisa
De acordo com a Agência Brasil, o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Bio-Manguinhos/Fiocruz) pediu o registro de dois kits de diagnóstico molecular do vírus Monkeypox junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O vírus é considerado uma emergência de saúde pública internacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e a Anvisa já recebeu cinco pedidos de registro de kits para o diagnóstico da doença.
Um dos kits produzidos pela Fiocruz, chamado kit molecular monkeypox (MPXV), é capaz de fazer a identificação das duas cepas do vírus que circulam de forma endêmica no continente africano. Apenas uma delas, a da África Ocidental, é a responsável pelo surto em outros continentes.
Esse teste é do tipo PCR e consegue identificar o DNA desses dois tipos de vírus em amostras retiradas das erupções cutâneas presentes no indivíduo com suspeita de infecção.
O segundo kit que teve seu registro solicitado no Brasil é para o diagnóstico diferencial, em que outras possibilidades de diagnóstico por vírus relacionados são descartadas.
Com os testes, será possível adotar dois protocolos: no protocolo 1, com o teste MPXV, é feita a detecção e tipagem do monkeypox. Em caso de teste negativo, o protocolo 2 aumenta a possibilidade de esclarecimento do diagnóstico com a utilização do teste diferencial. Segundo a Fiocruz, isso é importante para a vigilância epidemiológica no Sistema Único de Saúde (SUS).

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