Em uma reportagem divulgada pela Gazeta em 7 de agosto de 2010, Roselaine Gonzaga, que na época tinha 42 anos, apareceu enquanto trabalhava na coleta de dados do Censo de 2010. Hoje, 12 anos depois, ela está com 54 anos e repete o trabalho no Censo 2022.
Ao jornal, ela falou sobre a experiência. “Eu trabalhei no censo de 2010 e foi diferente, fazíamos a entrevista e íamos no Posto de Coleta para fazer a coleta de todo o trabalho, no Colégio Carril”, explicou.
“Agora o sistema é igual, o uniforme, a identificação, porque é importante você se identificar antes de começar a entrevista para a pessoa ficar tranquila de que você é realmente funcionário do censo, então a pessoa tem a opção de ligar para o 0800 antes, eu fico até mais tranquila da pessoa fazer isso”, disse.
Ela contou que deixa a pessoa bem tranquila, porque hoje em dia há muita violência e risco de falsificação. “Falo da importância da pessoa identificar o número do documento, que isso é apenas uma identificação, que não vamos usar isso com má intenção. Porque as pessoas ficam muito indecisas em dar o CPF, receosas, não sabem o que fazer. Aí passamos essa segurança, que é uma identificação para dar credibilidade ao questionário”, comentou.
Em 2010, Roselaine recenseou os bairros Jardim São Joaquim, a Vila Santana e mais seis setores que os recenseadores iam desistindo, deixando 20 ou 30 casas e ela acabou assumindo. Neste ano, Roselaine já está no quarto setor, totalizando 47 quadras. Do total, ela já completou 30. “Em um mês e uma semana, recenciei cerca de mil pessoas. Estou no início do quarto setor, então vou precisar de mais uns 15 dias para totalizar cerca de 2 mil pessoas”, estimou.
Ela contou as principais diferenças entre os dois Censos. “A diferença que eu tenho percebido é isso, como o mundo evoluiu 12 anos depois. As pessoas tem essa insegurança de que posso fazer alguma coisa, outras me confundem com o pessoal da Saúde e com a Prefeitura. Aí eu explico que o Censo existe desde 1890, que é um estudo para tentar trazer melhoria. Por exemplo, sabendo o número de moradores homens de 18 a 25 anos, a cidade pode usar esses dados na busca de uma empresa interessada em se instalar no município”, contou.
Para Roselaine, participar do Censo é bem interessante. “Eu pergunto para as pessoas se elas se lembram do Censo de 2010 e a maioria das pessoas não se lembra. E, hoje, eu estou no setor que eu fiz em 2010, então para mim está sendo uma satisfação enorme”, disse.
A informação
De acordo com a recenseadora, felizmente ela tem sido bem recebida pelas pessoas. “Elas insistem em fazer com que eu entre, mas se arrumar um lugarzinho para eu sentar já está bom. Graças a Deus eu fui muito bem recebida até aqui, agradeço muito”, contou.
A divulgação do Censo é um fator extremamente importante. “As pessoas viram na televisão a divulgação, uma moça falou que o prefeito falou, então isso ajuda muito a gente a ter mais confiança das pessoas, uma vez que a violência e os assaltos vem crescendo demais. As pessoas ficam muito receosas e nós temos que nos colocar no lugar delas. Imaginar que você está na sua casa, às vezes atarefada, com criança, com comida, então você tem que ficar à disposição do melhor horário para podermos fazer um questionário tranquilo e a pessoa se sentir bem”, pontuou.
Ela contou que, infelizmente, nem todos os recenseadores tiveram a mesma sorte. “Alguns bairros não têm recebido muito bem os colegas. Houve muitas pessoas desinformadas, que não tem recebido os recenseadores. Acho que se fizer uma foto com todos os recenseadores, tipo 3×4, eles seriam recebidos de forma melhor. Infelizmente não é só a falta de respeito, mas o desconhecimento também”, comentou.
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