Pe. Luís Fernando da Silva
Coordenador Diocesano de Pastoral da Diocese de São João da Boa Vista
Caros irmãos e irmãs, bendito seja Deus que nos dá chegar a mais um fim de ano. Nós somos o povo de Deus, que caminha ao convite do Pai.
Todo final de ano é tempo de renovarmos nossa esperança.
O pedagogo Paulo Freire aponta dois modos desse verbo. O primeiro é esperar como algo estático, ficando inerte diante das situações da vida. O segundo modo é esperar esperançando, quem o faz desse modo escolhe ir a busca, se deslanchar.
Quando olhamos para a Sagrada Escritura, o povo de Deus sempre foi quem esperou fazendo uma caminhada (vale lembrar 40 anos caminhando no deserto, ou a caminhada de retorno do exílio da Babilônia), desse modo o povo eleito não se mostrou parado, mas sempre dinâmico.
Celebrando o nascimento de nosso Senhor Jesus Cristo, celebramos o acontecimento de um Deus que entrou na história da humanidade, não para nos dar tudo de mão beijada, mas por causa de seu amor ascender em nós a virtude da esperança.
Essa virtude nos ajuda a sairmos de nossas preguiças, fracassos, desânimos e nos pormos a caminho.
Esperançar, essa é nossa missão, vale a pena cada gota do nosso suor em favor de uma humanidade transformada interiormente e exteriormente.
O menino Deus não ficou dormindo em paz na manjedoura de Belém, ele cresceu e andou de aldeia em aldeia anunciando o Reino. Portanto, nós somos seus imitadores, devendo andar de realidade em realidade para comunicar às pessoas: Deus existe e ele nos ama imensamente.
A nossa esperança é a ousadia de quem luta contra a opressão, esperançar é também lutar. Numa luta ninguém entra sozinho, entramos em comunidade, é soma dos esforços de quem caminha em parceria, que transforma o mundo e não a energia egoísta de quem quer fazer tudo sozinho. Juntos somos mais e sempre mais; juntos esperamos mais e amamos mais.
O grande filósofo grego Aristóteles recordava: “esperança é o sonho do homem acordado”, portanto, não vamos ficar dormindo meu povo, vamos acordar. Enquanto esperamos tudo pode mudar.
Para concluir, ainda quero fazer menção ao grande poeta capixaba Augusto dos Anjos: “A esperança não murcha, ela não cansa, também como ela não sucumbe a crença. Vão-se sonhos nas asas da descrença, voltam sonhos nas asas da esperança”.
DESEJO A TODOS UM FELIZ NATAL DO MENINO DEUS REPLETO DE ESPERANÇA!