Alerta de golpe na cidade

Imagem Ilustrativa

Maria Aparecida de Andrade Zamora

Na última quinta-feira, dia 9, fui vítima de um golpe que está acontecendo em várias cidades do Estado de São Paulo. Fui abordada em minha casa por três homens, que se diziam ser o pai e dois filhos adultos, informando que estavam trabalhando em uma das casas vizinhas e viram que o meu telhado estava com problemas. Eles se ofereceram para vistoriar o telhado e um dos filhos subiu, voltando com uma telha cheia de cupim. Foi neste momento que eles me “pegaram”, me desesperei ao ver aquilo e não consegui mais raciocinar. Agora, acredito que ele trouxe os cupins em seu bolso.
Como uma mulher de 74 anos, que mora sozinha, acreditei no que eles estavam dizendo. O trio disse que faria o serviço em meu telhado por R$ 7 mil e, após negociar, o valor caiu para R$ 4 mil. Antes de terminarem o trabalho, que disseram ser jogar veneno, trocar as ripas com caruncho, embolsar as telhas e limpar a laje, eles me entregaram um recibo que continha o nome e o CPF do suposto pai.
Deixei eles trabalhando e fui ao banco retirar o dinheiro que estava aplicado, uma vez que não aceitaram cheque e eu não tenho Pix. No banco, o funcionário percebeu o meu nervosismo e quis saber o que estava acontecendo, contei a história e ele me alertou que poderia ser um golpe e me sugeriu que procurasse a polícia.
Fui à Polícia Militar e falei com um policial que estava no portão, expliquei o que estava acontecendo e pedi que ele fizesse uma pesquisa, já que eu tinha o nome e o CPF da pessoa. Ele me informou que a Delegacia de Polícia Civil que faria essa pesquisa para mim.
Então, eu fui na delegacia e a funcionária que me atendeu falou que o delegado estava em horário de almoço e perguntou o que eu queria. Ela explicou que não poderia fazer a pesquisa, pois seria ilegal. Cheguei a pontuar se eles fossem foragidos da polícia, se ficaria por isso mesmo, e ela fez um gesto que significa que não poderia fazer nada.
Saí de lá decepcionada e com a certeza de que estava caindo em um golpe. Pensei em dizer que o banco não havia liberado o dinheiro ou que havia liberado apenas metade, mas senti medo por estar sozinha e eles serem três homens.
Chegando em casa, eles haviam terminado o trabalho e havia mais dois homens, totalizando cinco. O homem mais velho disse que eram todos seus filhos e que moravam em um sítio próximo ao Pedregulho. Efetuei o pagamento e eles disseram que no dia seguinte viriam recolher a sujeira retirada da laje, o que não aconteceu.
No final de semana, em contato com meus filhos, relatei o ocorrido e eles me orientaram a procurar a delegacia na segunda-feira e fazer um boletim de ocorrência. Um dos meus filhos pesquisou na internet e viu que este golpe é comum desde 2008, sendo chamado de ‘golpe do telhado em idoso’.
Fui à delegacia, fiz o boletim de ocorrência e conversei com o delegado, que verificou que o CPF era falso, não condizendo com o mesmo homem que apareceu na minha casa. Falei sobre a minha decepção, uma vez que procurei a Polícia Militar e a Polícia Civil enquanto os homens trabalhavam no telhado e não obtive ajuda, se perdendo a chance de os mesmos serem presos.
O delegado me deu toda a razão e disse que a Polícia Militar poderia ter realizado a pesquisa do nome e do CPF e que a funcionária da delegacia deveria ter contatado ele durante o seu horário de almoço, para que providências fossem tomadas.
É angustiante perceber o quão desprotegidos estamos sendo alvos de bandidos e sofrendo as falhas de quem deveria nos proteger. Escrevi este artigo a fim de alertar toda a população, principalmente os idosos que residem sozinhos como eu, sobre este golpe que vem sendo aplicado. Fica aqui o alerta!

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