Rodovias mais seguras

Acidente ocorrido no dia 10 de março na SP-344 deixou duas vítimas fatais. Foto: Arquivo Gazeta

Já há um bom tempo, moradores de Vargem Grande do Sul e de São João da Boa Vista reivindicam a duplicação da rodovia SP-344 entre os dois municípios. A via é administrada pela concessionária Renovias, que desde o início do contrato com o governo do Estado de São Paulo, já reformou toda a via, construindo dispositivos de segurança, como os dois viadutos em Vargem Grande do Sul, além de instalação de faixas adicionais em trechos da via. Ainda assim, graves acidentes são recorrentes nesse trecho e têm mobilizado políticos das duas cidades em busca de melhorias.
A duplicação da via chegou a ser anunciada pelo então governador Rodrigo Garcia, quando este esteve na região em janeiro de 2020. Na época, ele comentou que o contrato de concessão da rodovia se encerraria em 2022, momento em que poderia ser negociada a realização de novas obras. No entanto, o contrato da concessionária foi prolongado até agosto de 2024 e não houve anúncio de inclusão de novas obras no termo.
Vargem Grande do Sul ainda acionou o governo do Estado pela melhora de trechos críticos da estrada que leva até o distrito de São Roque da Fartura, na SP-215. Especialmente uma curva no final da descida da serra, onde é tristemente comum o tombamento de caminhões. Muitas pessoas já perderam suas vidas nesse ponto e em outros locais da via, onde há problemas como aquaplanagem em dias de chuva.
Há ainda uma preocupação com o trecho da SP-344 que liga Vargem a São Sebastião da Grama. Ele foi completamente reconstruído há menos de 10 anos. Ganhou faixas adicionais em alguns pontos do percurso, teve rotatórias construídas, entradas e saídas de municípios se tornaram mais seguras. No entanto, a via também tem sido ponto de constantes acidentes.
Somente na semana passada, foram duas graves colisões. A primeira delas foi uma batida frontal, que fez quatro vítimas socorridas em estado grave ao Hospital de Caridade, na sexta-feira. No dia seguinte, uma colisão traseira, quando por circunstâncias ainda a serem esclarecidas, um Uno bateu na traseira de um caminhão.
Certo que o governo, ou as concessionárias que administram as rodovias, precisam manter as estradas em condições seguras de tráfego. Criar dispositivos de segurança, como áreas de escape na curva da SP-215, onde acidentes ocorrem com uma frequência assustadora, é o mínimo que se espera, diante de tantas evidências de que ali se trata de um ponto muito perigoso.
Cobrar de uma concessionária a duplicação de uma rodovia onde sabidamente há inúmeros acidentes e onde esta empresa arrecada recursos por meio de pedágio, também é algo urgente. Já no trecho da SP-344 que ainda é mantido pelo governo por meio do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) a necessidade do poder público de agir também é urgente. Instalar mais faixas adicionais, sinalizar sobre perigos, como a possibilidade de animais na pista, são medidas que devem ser adotadas para preservar vidas.
No entanto, boa parte da responsabilidade está dentro dos próprios veículos, atrás do volante. São motoristas irresponsáveis, que trafegam acima do limite de velocidade, ou realizam manobras proibidas, dirigem sob efeito de álcool, não descansaram antes de pegar um carro ou viajam em veículos sem condições de segurança. Enfim, fazer uma rodovia mais segura é dever tanto do governo e das concessionárias quanto dos motoristas.

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