Morador de São João morre de febre amarela

Aedes aegypti é transmissor da dengue, zika vírus e chikungunya e febre amarela. Foto: Reprodução Internet

Um homem de 44 anos morreu de febre amarela, em São João da Boa Vista. O óbito aconteceu em 30 de abril, mas a causa da morte foi confirmada agora. Segundo a prefeitura, o homem não estava vacinado contra a doença.
O paciente morava na região da Vila Valentin. Em 25 de abril, segundo o informado, ele começou a ter dor abdominal, febre, mal-estar geral e sintomas respiratórios. A prefeitura informou que cinco dias antes de manifestar os sintomas, ele esteve na área rural de São João da Boa Vista.
O homem foi internado no dia 29 de abril, com alterações nas funções hepática e renal, falecendo no dia seguinte. Esse foi o primeiro caso de febre amarela em São João da Boa Vista em sete anos. O último registro da doença, sem óbito, havia acontecido em 2016.
A prefeitura da cidade informou que não há outros casos e que estão sendo realizadas ações preventivas com visitas de agentes às residências. O bairro onde o paciente morava e outros próximos estão passando por nebulização.

No estado
O primeiro caso após três anos sem a doença foi em Vargem Grande do Sul, em janeiro. O paciente, morador da zona rural, de 73 anos, chegou a ser internado e já está recuperado.
A doença foi diagnosticada por exame realizado pelo Departamento Regional de Saúde 14 (DRS-14) em um paciente que reside na Zona Rural do município. De acordo com o informado, o homem não estava vacinado. Ele esteve internado no Hospital de Caridade, mas logo foi para a casa, já recuperado.
Na ocasião, o Departamento de Saúde tomou todas as providências necessárias no sentido de intensificar a vigilância de epizootias de Primatas não Humanos – Macacos (PNH) e intensificou a vacinação de febre amarela em áreas de risco com cobertura vacinal baixa.
Após a notificação, Vargem e os municípios vizinhos de Águas da Prata e Casa Branca fizeram vacinação na zona rural.
O segundo caso da doença no estado foi registrado em São Sebastião da Grama, em fevereiro. O paciente, morador de Monte Santo de Minas (MG), foi internado na cidade e morreu.
O terceiro caso também foi registrado em São Sebastião da Grama em fevereiro. O paciente era de Mococa e está recuperado. A Secretaria Estadual de Saúde não informou se os dois casos do município estão relacionados.
O quarto caso foi registrado no final de abril em São João da Boa Vista. O Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do Estado de São Paulo informou que, neste ano, até o momento, foram registrados quatro casos de febre amarela, dois deles evoluídos a óbito. Uma das vítimas era residente de Minas Gerais.

Cobertura vacinal
Neste ano, nos três primeiros meses, a cobertura vacinal para Febre Amarela está em 82%. Em 2022, a cobertura vacinal ficou em 64,4%.
A vacinação contra Febre Amarela faz parte do calendário de imunização e está disponível em todos os postos de saúde do Estado. A primeira dose da vacina deve ser aplicada aos nove meses de idade e a segunda, aos 4 anos. A partir dos 5 anos, para aqueles que não estão com a vacina em dia, é recomendada apenas uma dose única.

A doença
A doença não é contagiosa, ou seja, não há transmissão de pessoa para pessoa ou de animais (macacos) para as pessoas. É transmitida somente pela picada de mosquitos infectados com o vírus da febre amarela.
Os sintomas mais comuns são febre, dores musculares com dor lombar proeminente, dor de cabeça, perda de apetite, náusea ou vômito. Na maioria dos casos, os sintomas desaparecem após três ou quatro dias.
A febre amarela (FA) silvestre é uma doença infecciosa febril aguda, não contagiosa, causada por um arbovírus do gênero Flavivirus, família Flaviviridade. Epidemiologicamente, a doença pode se apresentar sob duas formas distintas: febre amarela urbana (FAU) e febre amarela silvestre (FAS), diferenciando-se uma da outra apenas pela localização geográfica, espécie vetorial e tipo de hospedeiro.
A doença mantém-se endêmica em diversas regiões tropicais das Américas e da África, e de modo esporádico, são registrados surtos e epidemias de magnitude variável.
Atualmente, nas Américas, são conhecidos dois ciclos de transmissão do vírus da FA: um urbano, do tipo homem-mosquito-homem, no qual o Aedes aegypti é o principal vetor; e o outro silvestre, complexo, no qual diferentes espécies de mosquitos (Haemagogus spp. e Sabethes spp.) atuam como vetores e primatas não humanos (PNH) participam como hospedeiros, amplificando o vírus durante a fase virêmica.
No humano, a doença possui rápida evolução, com cerca de 10% dos casos, evoluindo para formas graves com icterícia, ou seja, o amarelão da pele, dor abdominal intensa, sangramentos em sistema digestivo, sendo vômitos ou fezes com sangue, pele ou urina e falência renal. Por isso, a importância de identificar a doença precocemente para realizar os cuidados médicos necessários.

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