Clima fora de controle

Dia 6 de julho foi o dia mais quente registrado pela humanidade. Foto: Agência Brasil

Com o frio que fez em Vargem Grande do Sul nos últimos dias, chega a ser estranho saber que a última quinta-feira, dia 6 de julho, foi o dia mais quente já registrado pela humanidade. O fenômeno El Niño, que é o aquecimento das águas do oceano Pacífico, somado às alterações do clima causadas pelo ser humano, são algumas das explicações para este marco assustador.
Os dados foram aferidos pelos Centros Nacionais de Previsão Ambiental dos Estados Unidos, que são ligados à administração Oceânica e Atmosférica Nacional do país (NOAA). Na última quinta, a temperatura média do globo chegou a 17,23ºC.
Já na segunda-feira, dia 3, a temperatura havia chegado a 17,01ºC, superando o recorde anterior de 2016, de 16,92ºC. Nos dias que se seguiram, mais calor, com 17,18ºC na terça e na quarta-feira. Há meses os cientistas alertam que 2023 será um ano de recorde de calor e ano que vem pode ser pior.
Basta acompanhar os noticiários do Brasil e do mundo para ver o que essa temperatura fora da medida tem provocado. No norte da África, as temperaturas têm ficado perto de 50ºC. Na China, os termômetros permanecem acima de 35ºC e nos Estados Unidos, uma onda de calor tem castigado os estados da região Sul. Mesmo na Antártica, que atualmente está passando pelo inverno, atingiu a temperatura mais alta para o mês de julho, com 8,7°C na região Ilhas Argentinas.
O perigo de uma temperatura tão elevada para o globo terrestre foi traduzido pela cientista Friederike Otto, do Instituto Grantham para Mudanças Climáticas e Meio Ambiente do Imperial College London, no Reino Unido: “É uma sentença de morte para as pessoas e ecossistemas”.
Nesta sexta-feira, dia 7, o secretário geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antônio Gutierres, afirmou que as mudanças climáticas estão fora de controle e que a humanidade está caminhando para uma situação catastrófica.
Parece inconcebível ver o mundo caminhando para um abismo climático e os governos ainda demorando para colocar em prática medidas de controle, como zerar as emissões de gases do efeito estufa. Estudos já apontam que até 2030, o mundo ainda vai aquecer 1,5ºC, mas ultrapassar esse limite pode gerar pontos sem volta para o mundo, por isso é urgente que medidas sejam tomadas antes da catástrofe começar.
O futuro da humanidade depende, por exemplo, da substituição do uso de combustíveis fósseis como fonte de energia. Carvão, gás e petróleo devem dar lugar o quanto antes a fontes de energia como a eólica e a solar, que estão cada vez mais baratas.
É claro que a maior parte do impacto reside em grandes corporações e indústrias. Mas também cabe ao cidadão adotar medidas que reduzam o impacto de emissão de gases do efeito estufa. Para esses dois casos, os governos precisam criar programas de incentivo de substituição de fonte de energia, planejar cidades mais favoráveis ao uso de transportes alternativos aos carros, enfim, colocar o futuro da humanidade definitivamente no centro das políticas públicas.
Em Vargem, as ciclovias nunca saíram do papel. O controle de emissão de gases da frota municipal começou há pouco, assim como o incentivo à arborização urbana. Os passos começaram a ser dados no município, mas é evidente que o mundo enfrenta uma corrida contra o tempo e a cidade precisa se apressar.

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