Safra da batata inicia com bons preços

A estimativa de colheita na safra é de 8 milhões de sacas de 50kg. Foto: Arquivo Pessoal

Os preços atrativos da saca de batata, cuja safra começou a ser colhida neste início de julho de 2023, estão animando os produtores de Vargem Grande do Sul e região. A estimativa é de se colher cerca de oito milhões de sacas de batata de 50kg nos vários municípios, cujos produtores fazem parte da Associação dos Bataticultores da Região de Vargem Grande do Sul (ABVGS).
Pedro Marão, presidente da ABVGS, em entrevista à Gazeta de Vargem Grande afirmou que a demanda está boa e o mercado tem absorvido bem as mercadorias colhidas. Ele prevê uma produção média de 700 sacos de 50kg, em um plantio de 11.500 hectares.
Os produtores já vêm de uma boa safra colhida no ano passado, cujos resultados nas palavras de um agricultor entrevistado pelo jornal na ocasião foram de ter sido “um ano abençoado, pela produtividade, qualidade e os preços alcançados”.
Com o preço variando entre R$ 100,00 a R$ 110,00 a saca de 50kg pagas ao produtor neste início de safra, tudo concorre para que a safra de inverno 2023, repita o mesmo sucesso do ano passado. Um dos fatores que está contribuindo para o bom desempenho econômico da atual safra, é a redução dos preços dos insumos, que nas palavras de Marão, baixaram consideravelmente, “pois no ano passado estavam muito abusivos”.
Outro fator mencionado pelo bom preço alcançado neste início de safra, é devido a pouca batata produzida em outras regiões, que absorvem os produtos colhidos em Vargem, principalmente o sul do país.
Ainda comentando sobre o início da atual safra, o presidente da ABVGS disse que agora no começo a produção está um pouco baixa, devido à grande quantidade de chuva que a cultura pegou durante o ciclo de cultivo. Salientou que o preço está atrativo, mas como as produções estão mais baixas, as margens ficam reduzidas.
“Existe batata em todas as regiões do país, então nesse período a oferta está um pouco maior que a demanda, fazendo com que os preços oscilem para baixo. Devido ao plantio espaçado, às chuvas na época de plantio, devemos ter uma fase de oscilações positiva nos preços”, comentou ao falar sobre o consumo e o preço do produto.

Aumento na procura
Se para o consumo nas bancas dos supermercados, a variedade que mais é plantada na região de Vargem é a Ágata, entre 50% a 60% do mercado, o jornal apurou que está aumentando muito a procura pela batata para a industrialização do produto, sendo a principal variedade plantada para esta finalidade, a Atlantic.
Atualmente são fabricadas batatas do tipo chips, palha, batata pré-processada e pré-congelada. “As indústrias de pequeno porte estão aumentando muito, principalmente na região Sul de Minas, que fazem a batata pré-pronta para consumo”, comentou um produtor.
No plantio para as indústrias de porte maior, geralmente o preço é acertado antecipadamente, o que dá uma maior segurança para o produtor, evitando as oscilações do mercado. Também a batata para a indústria não tem a necessidade de ter uma aparência que atraia mais o consumidor, diferente da batata colocada na gôndola dos supermercados, cujos consumidores exigem padrão e pele mais bonita.

Diminuição de migrantes
Os trabalhadores braçais que contribuem com a cata da batata e também trabalham em grande número nas máquinas de lavar e processar batatas, estão diminuindo a cada safra, segundo apurou o jornal. Os migrantes, que cumprem um papel importante na safra, vêm principalmente do Nordeste, dos estados do Piauí, Pernambuc, Maranhão e Ceará.
Na consulta feita junto ao Condomínio dos Bataticultores da Região de Vargem Grande do Sul (CBVGS), a informação foi que neste ano diminuiu pela metade a contratação destes trabalhadores. A principal causa apontada é a legislação trabalhista e as exigências contidas na portaria CSEPRT nº 22677 de outubro de 2020 e a I.N. nº 2, de novembro de 2021, que dificultam as contratações, principalmente no tocante à acomodação destes trabalhadores nos locais onde vão permanecer durante toda a safra.
A previsão do Condomínio é de contratar cerca de 300 trabalhadores migrantes, mas o total deve chegar a aproximadamente 600 trabalhadores, pois outras empresas devem contratar também, sendo que muitos vão trabalhar nas máquinas processadoras de batata.
Há 5 anos atrás, o Condomínio chegou a contratar 1.500 trabalhadores, especificamente na colheita e hoje deve passar pelo Condomínio entre 400 a 500 trabalhadores, não sendo somente de migrantes. Nesta época de safra, centenas de trabalhadores vargengrandenses também são contratados para trabalhar na colheita que é feita manualmente. Eles são em torno de 40% da mão de obra contratada.
Essa diminuição se deve principalmente à mecanização da colheita da batata, com a introdução das colheitadeiras e o aumento nos custos da contratação.
Hoje, segundo apurou o jornal, um catador de batata bem capacitado, tira semanalmente em média algo em torno de R$ 800, o que daria cerca de R$ 3.200 no mês. Ele ganha por produtividade, por saca de batata colhida na roça. A colheita vai até o início de outubro.

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