
Sobre a construção do novo serviço de água, conforme consta na edição do jornal A Imprensa de 1949, em entrevista ao superintendente geral da Prefeitura, o comerciante José Cândido Pereira, dono da Padaria Candinho, que também foi vereador municipal, este informou que metade do serviço já estava feito, sendo que o primeiro trabalho executado foi a reforma da linha adutora que levava a água da barragem do “Laçadinha” por gravidade, para a nova ETA do Pacaembu.
Uma parte foi realizada na administração do prefeito Francisco José de Azevedo e outra na do dr. Gabriel Mesquita, que antecedeu Francisco Ribeiro Carril. Disse que a antiga adutora era muito defeituosa, cheia de curvas e construída com material que se rompia facilmente, ocasionando a falta de água na cidade pelo menos umas duas vezes por semana. As manilhas foram substituídas por canos de brasilit e ferro de maiores dimensões e a adutora retificada em todo o seu trajeto.
Seguiu-se então a construção da caixa de decantação, iniciada e levada quase ao fim na gestão do então prefeito Edmundo Dante Calió e inaugurada pelo prefeito Francisco Ribeiro Carril, com o empréstimo conseguido junto ao governo de Adhemar de Barros.
Depois desse serviço, foi iniciada a construção do reservatório de 650 mil litros para receber a água depois de filtrada e que iria abastecer a cidade, informou o superintendente ao jornal. Um serviço demorado, que exigia escavação do solo, remoção da terra, e que requeria um serviço muito sólido de construção para aguentar a pressão da água.
Depois de construído o reservatório, seria construído o filtro e após, uma linha adutora de grande capacidade a partir do reservatório até a entrada da cidade que faria a distribuição para as diversas ruas da cidade.
Indagado pela reportagem do jornal A Imprensa sobre a rede de distribuição de água da cidade, José Cândido Pereira informou que ela teria de ser aumentada, uma vez que era insuficiente e defeituosa.
Sobre a adutora que trazia a água para a ETA, Zé Candinho explicou que ela era também insuficiente, pois a cidade estava crescendo e citou o caso da Vila Polar, que era um bairro de Vargem e merecia o mesmo cuidado no abastecimento. Ele propôs que ou fosse substituída a antiga adutora ou que fosse construída uma linha auxiliar.
“Há quem ache mais fácil retirar a água do Rio Verde, fazendo sua elevação por meio de bombas de recalque. Não sou favorável a isso, porque nesse caso teríamos que nos servir de uma água ainda muito mais suja, além de despesas diárias e forçadas e os “enguiços” das máquinas”, comentou o superintendente geral ao falar sobre a captação de água no município há cerca de 80 anos atrás.
Animado com os trabalhos da construção do novo serviço de tratamento de água, Zé Candinho afirmou que depois de toda a obra concluída, “teremos água abundante, limpa e de confiança”.