Ainda Estou Aqui é o Brasil no Oscar 2025

No Oscar, o filme concorre em três categorias. Foto: Reprodução/Divulgação

O domingo é de Carnaval, mas muitos brasileiros estarão de olho na tv não nas exibições dos desfiles neste dia 2 de março, mas sim na transmissão do Oscar 2025. Entre os concorrentes, o longa brasileiro Ainda Estou Aqui tem unido fãs do cinema e fãs da atriz e escritora Fernanda Torres, na torcida, no melhor estilo final de Copa do Mundo. O filme concorre em três categorias: Oscar de melhor filme, melhor filme internacional e melhor atriz, com Fernanda Torres.
Se a indicação de Fernanda Torres parecia inevitável após a atriz ganhar o Globo de Ouro na mesma categoria, e a indicação para melhor filme internacional também já era contada, devido às indicações em premiações em festivais importantes, como o de Veneza, a indicação para melhor filme pegou muita gente de surpresa e foi muito comemorada no Brasil. Afinal, foi a primeira vez que um longa sul-americano é indicado nesta categoria.
Muito querida pelo público brasileiro, especialmente pelos seus papéis em comédias como Entre Tapas e Beijos e Os Normais, Fernanda Torres tem sido muito elogiada e premiada por interpretar Eunice Paiva, a esposa do ex-deputado Rubens Paiva, desaparecido na Ditadura Militar que governou o país até meados da década de 1980.
O longa baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, um dos filhos de Eunice, é focado em como Eunice enfrenta o regime após o desaparecimento de Rubens, na sua luta para criar os cinco filhos e a sua atuação na defesa dos Direitos Humanos. Sua atuação tem sido descrita pela crítica especializada como sendo poderosa e profunda, oferecendo várias camadas emocionais à narrativa.
Porém, mesmo com uma grande torcida, Fernanda Torres tem concorrentes fortes, como Demi Moore, que também vem recebendo vários prêmios por sua atuação no filme A Substância, e Mikey Madison, por Anora. Já Karla Sofia Gascón, uma das indicadas que estava bem cotada, viu suas chances diminuírem após uma enorme polêmica envolvendo postagens em suas redes sociais.
Entre os brasileiros, a esperança é que a Academia que conduz a premiação resolva fazer uma reparação histórica e premiar a brasileira, sanando a injusta premiação de 1999, quando Fernanda Montenegro, mãe de Fernanda Torres, concorria ao Oscar de melhor atriz por Central do Brasil e perdeu para a inglesa Gwyneth Paltrow, por seu desempenho em Shakespeare Apaixonado.

Melhor filme
Apesar da inédita indicação de melhor filme, dificilmente Ainda Estou Aqui sairá com essa estatueta da premiação. O filme O Brutalista é o grande favorito, ao lado de Anora e O Conclave. Ainda assim, no site o site especializado IMDb, o filme brasileiro aparece com nota 8,8, maior pontuação entre os 10 indicados na categoria.

Melhor filme internacional
É nesta categoria que Ainda Estou Aqui tem sua maior chance de levar a estatueta. Mas mesmo aqui, a disputa será acirrada. O filme francês Emilia Pérez tem ganhado as premiações mais relevantes, como o Globo de Ouro e o Bafta. Os demais concorrentes são a animação Flow, da Letônia, o dinamarquês A Garota da Agulha e o alemão A Semente do Fruto Sagrado.

Fake News
Como Ainda Estou Aqui trata dos horrores do período da Ditadura Militar, houve até um boicote promovido por uma ala da política nacional contra o filme. A iniciativa se mostrou fracassada, uma vez que o longa já levou mais de 5 milhões de brasileiros aos cinemas e já passou R$ 100 milhões em arrecadação, o quinto melhor desempenho de um filme nacional.
Houve também disseminação de fake news com relação à produção, como a notícia falsa de que ela teria sido feita com verba proveniente da Lei Rouanet, o que não é verdade, pois a lei não permite captação de recursos para longas metragens. Outra fake News é relacionada à Fernanda Torres. Foi espalhado que na época da pandemia, ela torcia para que o coronavírus cumprisse “sua missão de abreviar” o governo Bolsonaro, algo que não aconteceu.

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