Setembro Amarelo lembra da importância de prevenir e reduzir suicídio

Orientações do Ministério da Saúde

A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) alerta que todos os anos, são registrados 12 mil suicídios em todo país e um milhão em todo mundo. Esta triste realidade tem atingido cada vez mais os mais jovens. De acordo com a ABP, um quarto dos jovens entre 18 e 24 anos considerou seriamente o suicídio nos últimos 30 dias.
Com o intuito de prevenir e reduzir estes números, desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria, em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), organiza a campanha nacional Setembro Amarelo e o dia 10, próxima quinta-feira, é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.
De acordo com a ABP, cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.
No Brasil, conforme dados recentes do Ministério da Saúde, a taxa de suicídios chegou a 5,8 por 100 mil habitantes em 2016. A população indígena é a mais afetada (15,2/100 mil). Da população em geral, os homens são os mais vulneráveis ao suicídio (9,2/100 mil). Entre as mulheres, a taxa é de 2,4/100 mil.
Conforme dados da cartilha “Suicídio, informando para prevenir”, da Associação Brasileira de Psiquiatria e do Conselho Federal de Medicina, o suicídio é o resultado de uma complexa interação de fatores psicológicos e biológicos, inclusive genéticos, culturais e sócioambientais. “Dessa forma, deve ser considerado um desfecho de uma série de fatores que se acumulam na história do indivíduo, não podendo ser considerado de forma casual e simplista apenas a determinados acontecimentos pontuais da vida do sujeito. É a consequência final de um processo”, informa.
Segundo aponta a cartilha, fazem parte ainda do comportamento suicida, os pensamentos, planos e a tentativa do suicídio. E conforme explica, apenas uma pequena proporção do comportamento suicida chega ao conhecimento dos estudiosos. Segundo os dados da cartilha, 17% das pessoas do Brasil pensaram, em algum momento, em tirar a própria vida.
A cartilha aponta ainda que uma das barreiras em relação à detecção e prevenção ao suicídio é o tabu sobre este tema, uma vez que durante séculos, por razões religiosas, morais e culturais, o suicídio foi tratado como um pecado. E por esta razão ainda há medo e vergonha de se falar abertamente sobre esse tema, que é um importante problema de saúde pública.

Sinais de Alerta
De acordo com o Ministério da Saúde, as pessoas podem apresentar sinais de que a pessoa pode estar vivenciando uma crise suicida. No entanto, eles não devem ser levados em considerações isoladamente, pois, não há uma “receita” para detectar seguramente quando uma pessoa está vivenciando algum tipo de tendência suicida. Entretanto, conforme destacou o Ministério da Saúde, um indivíduo em sofrimento pode dar certos sinais, que devem chamar a atenção de seus familiares e amigos próximos, sobretudo se muitos desses sinais se manifestam ao mesmo tempo.
Seriam eles o aparecimento ou agravamento de problemas de conduta ou de manifestações verbais durante pelo menos duas semanas. Essas manifestações não devem ser interpretadas como ameaças nem como chantagens emocionais, mas sim como avisos de alerta para um risco real.
Preocupação com sua própria morte ou falta de esperança. As pessoas sob risco de suicídio costumam falar sobre morte e suicídio mais do que o comum, confessam se sentir sem esperanças, culpadas, com falta de autoestima e têm visão negativa de sua vida e futuro. Essas ideias podem estar expressas de forma escrita, verbal ou por meio de desenhos
Expressão de ideias ou de intenções suicidas, como “Vou desaparecer”, “Vou deixar vocês em paz”, “Eu queria poder dormir e nunca mais acordar”, “É inútil tentar fazer algo para mudar, eu só quero me matar”.
Ressaltou o Ministério da Saúde que pensamentos e sentimentos de querer acabar com a própria vida podem ser insuportáveis e pode ser muito difícil saber o que fazer e como superar esses sentimentos, mas existe ajuda disponível. É muito importante a pessoa conversar com alguém em quem confie. Não hesitar em pedir ajuda.

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