Em Vargem, voluntários criam canais para conversar com pessoas

Desde maio, um grupo de voluntários de Vargem Grande do Sul tem dedicado parte do seu tempo a atender chamadas telefônicas de pessoas que estão passando por algum tipo de angústia, tristeza, ou que precisam apenas desabafar. A ação criada no início da pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, ganha mais importância no Setembro Amarelo, mês dedicado à prevenção ao suicídio.
Como o anonimato é uma das bases desta ação, a Gazeta de Vargem Grande não vai divulgar o nome dos voluntários. Mas em entrevista ao jornal, uma das responsáveis pela iniciativa contou como a ação tem sido desenvolvida.
São cinco voluntários que ficam disponíveis determinadas horas do dia para atender as chamadas telefônicas, conforme o quadro ao lado. Eles passaram por uma capacitação para poderem participar da iniciativa. O trabalho não possui nenhum vínculo religioso e segundo a voluntária, se trata de uma escuta amorosa. “Não falamos de religião e não vinculamos a qualquer espécie de credo. É um trabalho de escuta, sem julgamentos”, disse.
Ela comentou ainda que os atendentes não emitem conselhos. “É a pessoa que fala. E nesse processo de falar, ela começa a perceber o que está acontecendo. Deixamos desabafar”, explicou. Para isso, o grupo de voluntários passou por orientação, tiveram contato com psicólogos, também para não se deixarem envolver demais com o relato das pessoas.
O anonimato é garantido. Se a pessoa que ligar estiver confortável para dizer o nome, para a conversa, esse dado será preservado. Além disso, os atendimentos não são feitos por mensagens, apenas por chamadas de voz. “É importante ouvir realmente a pessoa”, ressaltou.
Com relação ao Setembro Amarelo, a voluntária destacou que o serviço de escuta é uma grande ajuda às pessoas que estão em depressão, vivenciando um momento de angústia. “Muitos que estão na iminência de cometer suicídio ao começar a falar sobre o que está sentindo, vivenciando, começa a repensar, começa a clarear alguns pontos. Falar é muito mais importante do que se imagina”, disse. Pois segundo a voluntária, muitas pessoas não tem com quem conversar, outras têm familiares que não dão importância a esses relatos e tem algumas pessoas ainda que não conseguem se abrir com conhecidos.

Para falar com algum voluntário, basta ligar para os números de acordo com o cronograma

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