Uma das maiores expressões religiosas do estado de São Paulo, a Romaria dos Cavaleiros de Sant’Ana reúne milhares de devotos que homenageiam a padroeira Sant’Ana desfilando com seus cavalos, charretes e carros de boi. Mas no começo, há 45 anos, eram poucas centenas de cavaleiros que não tinham ainda a percepção que o evento ganharia uma proporção tão grande em tão pouco tempo.
Falecido em 2012, o ex-prefeito Huber Braz Cossi, em uma das entrevistas que concedeu à Gazeta de Vargem Grande, contou que ao tomar conhecimento de uma romaria de cavaleiros realizada em Andradas, organizou um evento semelhante para louvar a padroeira Sant’Ana, entre os festejos da celebração do centenário do município. Em 1975, a cidade realizava oficialmente a sua primeira procissão de cavaleiros em homenagem à Sant’Ana.
Faz parte das histórias que são contadas pelos pioneiros da Romaria que no ano do início do desfile, vários acidentes graves aconteceram em Vargem. Um deles tirou a vida de cinco pessoas, gerando grande comoção no município. Foi então que começou a surgir entre os vargengrandenses rumores que a queda do antigo cruzeiro, que já estava podre, seria a causa de tantas desventuras.
O prefeito Huber teria então tido a ideia de providenciar um novo cruzeiro e para transportá-lo da Praça da Matriz até a Praça de Nossa Senhora Aparecida, foi organizado o cortejo, que teve partida da Igreja de Santo Antônio. Centenas de cavaleiros beijaram as fitas no novo cruzeiro na praça de Aparecida e receberam as bênçãos do padre Celestino C. Garcia.
Atualmente, a Romaria dos Cavaleiros de Sant’Ana conta com milhares de cavaleiros, comitivas de vários municípios, carros de boi, tropas de mulas, charretes e devotos de Vargem e região.
Tradição de família
Conforme a reportagem da Gazeta de Vargem Grande apurou, entre os pioneiros organizadores da Romaria estavam Arthur Pereira Lopes, Benedito Ranzani, Olinto de Souza, Sebastião e Clóvis Pereira de Melo, Sebastião de Deus e Luís Alberto dos Santos. Chiquinho Ligabue também estava entre os primeiros romeiros.
Colaboravam com o evento Olímpio Cassiano, Rubão, Toninho Rabicó. A proposta de reerguer o cruzeiro na Praça de Aparecida contou com o apoio de Sebastião Avanzi, José Domingos dos Santos Neto, José Snaldo Fortini e Osmar Bedin.
Com o passar dos anos a Romaria de Sant’Ana cresceu e tornou-se tradição em muitas famílias como a Pasquini, Mazeto, Cassiano, Prates, Ranzani, Rotta, Rosalin, Contini, Bedin, Amaral, Mazzin, Mello, Halla, Marini, Bovo, Gambaroto, Tapis, Lodi e Sagiorato.
Fotos: Arquivo Gazeta