As fake news e o mentiroso

“Na dúvida, não poste”, disse o empresário Libânio Coracini Filho. Foto: Arquivo Pessoal

Toda cidade tem seu mentiroso famoso. Aqui em Vargem todo mundo conta a estória do mentiroso que correu tanto com o carro que a luz apagou, quando ele foi ver tinha ultrapassado ela.
Porque citei isso para falar de fake news? Porque esses mentirosos perdem totalmente a credibilidade assim como qualquer meio de comunicação que publique notícias falsas tem sua reputação comprometida.
Hoje em dia todo mundo recebe centenas de notícias por dia. Porque as pessoas simplesmente mandam para todo mundo como se aquilo fosse uma verdade universal?
Porque elas estão postando aquilo que elas gostariam mesmo que fosse verdade que lhe agrada ou simplesmente para prejudicar alguém de quem não goste.
Qual o resultado disso? Disseminação de ódio, mentiras, reputações aniquiladas e muito mais como a tragédia que houve em Guarujá onde uma mulher foi linchada após uma rede social divulgar um retrato falado (mal feito por sinal) de uma possível sequestradora de crianças para ritual de magia negra, sendo a mulher totalmente inocente como se provou depois.
Recentemente o MIT dos EUA fez um estudo sobre postagem de notícias falsas e verdadeiras depois de analisar 126 mil postagens concluiu que uma notícia falsa tem 2,5 vezes mais probabilidade de ser postada do que uma verdadeira. Como aparecem tantas notícias ruins sobre uma pessoa normalmente após essa pessoa ir contra a ideia predominante politicamente ou culturalmente etc?
Um robô como é chamado (nada a ver com uma máquina construída para isso) que é apenas o nome dado a um programa de computação dispara a uma velocidade incrível notícias normalmente bem montadas com fotos e citações de números que denigrem gravemente essa determinada pessoa.
Como o volume é muito grande acaba chegando nas pessoas comuns que sem o devido cuidado de checagem vão replicando essa notícia (muitas vezes por pura maldade) indiscriminadamente, o que faz “criar” um boato espalhado por pessoas normais.
As redes sociais se elevaram ao posto de fóruns de debate público e viraram plataformas para organização e mobilização política. É uma posição de prestígio, mas não é uma posição confortável.
O tempo de disseminação de uma fake hoje é muito rápido. Não dá tempo para a pessoa se defender. A única defesa que temos e que eu tenho feito incansavelmente e vou continuar fazendo é desmentir todo boato que eu puder. Além disso, qualquer pessoa pode fazer uma checagem, eu digo isso porque é até gostoso você checar uma notícia e ver que ela é verdadeira ou falsa.
Como fazer? É bem simples: Existem sites especializados nisso como o boatos.org ou o e-farsas e muitos outros além do próprio Google. Por exemplo, se você recebe uma notícia bombástica como “foi preso o ex presidente Fernando Henrique”, basta você entrar no Google e se ninguém publicou isso já pode descartar de cara.
Outra coisa bem simples de fazer é checar a imagem. Muita gente não sabe que o Google tem a pesquisa reversa de imagem. Basta copiar a imagem e colar no campo imagens do google que ele vai achar a origem daquela imagem onde foi postado etc.
Muitas vezes os mal-intencionados usam uma imagem do passado ou de outro local para dizer que aquilo aconteceu ontem em tal lugar. Com o procedimento descrito acima rapidamente você esclarece isso. Tem um projeto de lei em andamento do Congresso tornando crime criar ou manter perfil falso nas redes sociais o que já será um avanço.
Como combater as fake news? Muito fácil: Na dúvida não poste. Este é o meu lema.

Libânio Coracini Filho

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor insira seu comentário
Por favor insira seu nome aqui