O Dia Nacional de Combate ao Fumo é celebrado neste sábado, dia 29. A data, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), tem como objetivo reforçar as ações nacionais de sensibilização e mobilização da população para os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais causados pelo tabaco.
Estudos do Inca mostram que o tabagismo é uma doença, a dependência de nicotina, que tem relação com aproximadamente 50 enfermidades, dentre elas vários tipos de câncer, doenças do aparelho respiratório e doenças cardiovasculares, além de outras doenças.
No Brasil, de acordo com o Inca, é estimado que, a cada ano, cerca de 157 mil pessoas morram precocemente devido às doenças causadas pelo tabagismo. Entre os cânceres que podem ser causados pelo tabaco estão o de pulmão, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero e leucemia. O Instituto aponta que o câncer de pulmão é o segundo mais comum em homens e mulheres no Brasil, sem contar o câncer de pele não melanoma.
No Brasil, registros apontam que 428 pessoas morrem por dia por causa da dependência a nicotina e 56,9 bilhões de reais são perdidos a cada ano devido a despesas médicas e perda de produtividade, além de que 156.216 mortes anuais poderiam ser evitadas.
Vício interrompido
Para ajudar na luta contra o vício, alguns métodos foram desenvolvidos para dar suporte aos fumantes que querem largar o cigarro, como chicletes e adesivos de reposição de nicotina.
No entanto, algumas vezes, a força de vontade já basta. A professora vargengrandense Eline Vidale de Araújo, de 34 anos, começou a experimentar cigarros com 15 anos, se tornou fumante e felizmente conseguiu largar o vício há um ano. “Eu comecei a provar com 15 anos, mas era mais pra fazer graça na época de adolescência. Achava bonito na época, o que não é, e fumei por anos”, disse.
Ela contou que largava o vício às vezes por alguns meses e depois voltava, principalmente por conta de festas. “Isso puxa demais a vontade de fumar. Eu costumava fumar muito nos fins de semana, então era sempre um maço pra sexta e um pro sábado”, falou.
A decisão de parar veio após ter passado mal com o cigarro, segundo Eline. “Quando eu voltei dos Estados Unidos dessa última vez, eu voltei a fumar e fumei por 3 meses. Em um aniversário eu lembro que acendi um cigarro e não consegui terminar ele, não descia, amarrou minha boca, e na manhã seguinte eu acordei pessimamente mal e com ranço do cigarro”, comentou.
Desde então, ela contou que não colocou mais um cigarro na boca. “Não consigo mais nem sentir o cheiro que me embrulha o estômago. Estou sem cigarro há um ano e está sendo ótimo pra minha saúde”, disse.
Ela pontuou os benefícios para sua saúde que abandonar o cigarro provocou. “Minha pele melhorou em 100%, minha garganta, meus dentes, cabelo melhorou e minhas enxaquecas diminuíram”, falou.
Segundo Eline, para isso, ela não precisou de nada além de força de vontade e perceber o mal que estava fazendo para sua vida e, principalmente, sua saúde. “Ainda tenho falta de ar, pois foram muitos anos fumando, mas fora isso, eu estou maravilhosa, obrigada”, brincou.
Aos que desejam largar o vício do tabaco, assim como ela, a vagengrandense fez algumas recomendações. “Eu recomendo força de vontade em primeiro lugar. Não tem essa de eu não consigo. Consegue sim. A gente consegue o que quiser quando queremos mudança. Tenta imaginar sua vida daqui 20 anos, sua pele, seus dentes, cabelo e saúde. Isso muda demais”, completou.