Gazeta de Vargem Grande, 39 anos

Primeira edição da Gazeta a circular na cidade

Um governo autoritário não aceita a imprensa livre. O jornalismo questionador é uma necessidade da democracia. Perguntar a motivação dos atos de um governante e sempre confrontar versões com os fatos é a maior contribuição do jornalismo para com a sociedade. Por isso uma das primeiras ações de um governo com pretensões autoritárias e ditatoriais é sobrepor a imprensa livre pela governamental e tentar fazer prevalecer sua versão sobre os acontecimentos.
A Gazeta de Vargem Grande foi fundada em 1981 por Tadeu Fernando Ligabue e sua primeira edição circulou justamente no aniversário da cidade daquele ano.
Homero Correa Leite era o prefeito e estava terminando o seu mandato. O Brasil vivia o fim da sua ditadura militar e a criação de um jornal naquela época era em si um ato de resistência.
Sempre exercendo este papel questionador, a Gazeta de Vargem Grande cobriu o último ano da gestão de Homero e as eleições realizadas no final de 1982, que levaram novamente Alfeu do Patrocínio Rodrigues a assumir a prefeitura de Vargem.
A eleição municipal de 1982 foi a primeira coberta pela Gazeta de Vargem Grande. O jornal ainda fez reportagens sobre as eleições de 1988, que levou José Carlos Rossi ao cargo de prefeito, as de 1992 que terminou com a eleição de José Reinaldo Martins e as de 1996, da vitória de Maria Denira Tavares Rossi.
A Gazeta também acompanhou a eleição e reeleição de Celso Luís Ribeiro, em 2000 e 2004 e a de Amarildo Duzi Moraes, em 2008. Cobriu também a eleição de Celso Itaroti em 2012 e o retorno de Amarildo nas eleições de 2016.
Assim, ao longo de seus 39 anos, a Gazeta de Vargem Grande esteve presente e noticiou nove eleições municipais. Cada uma delas repleta de denúncias, reportagens especiais, fatos que muitos candidatos não queriam ver divulgados, pesquisas eleitorais que se confirmaram, sendo que apenas uma não realizada ou contratada pelo jornal, porém por ele divulgada, não retratou o resultado final das urnas e da vontade do povo, além de muitas polêmicas, tentativas de coibir o trabalho da imprensa, passagens que chegaram a ser cômicas, como um candidato que bebeu água do rio e outras, lamentáveis, como uma distribuição de panfletos apócrifos com mentiras sobre candidatos e o diretor do jornal que virou caso de polícia. Enfim, a história das eleições de Vargem Grande do Sul desde a retomada da democracia está escrita nas páginas da Gazeta, jornal que nestes quase 40 anos, tem se empenhado em trazer ao leitor não apenas as notícias da cidade, mas também buscado exercer o papel questionador do jornalismo, algo mais que necessário nos dias de hoje.

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