O Dia do Agricultor é comemorado no dia 28 de julho. Porém, o dia 25 de julho também é dedicado aos produtores rurais e à agricultura familiar, a fim de mostrar os desafios enfrentados pelos pequenos produtores na produção da alimentação para o mundo. A agricultura familiar é também a base da agricultura vargengrandense. Na foto, Luís Antônio, Luís Henrique, Bruno e Bryan, da família Galbier, na plantação da família
A importância da agricultura familiar

Na próxima sexta-feira, dia 28 de julho, comemora no Brasil o Dia do Agricultor, data criada em 1966, pelo então presidente da República Juscelino Kubitschek, por ocasião das comemorações do centenário da criação do Ministério da Agricultura.
No dia 25 de julho, também é o dia dedicado aos produtores rurais e a agricultura familiar. O Dia da Agricultura Familiar é comemorado em todo o mundo e foi criado pela Organização das Nações Unidas para mostrar os desafios enfrentados pelos pequenos agricultores em produzir alimentação para o mundo.
A presente edição da Gazeta de Vargem Grande traz algumas matérias sobre o agricultor vargengrandense, com enfoque na agricultura familiar, que é também a base da agricultura do município de Vargem Grande do Sul, onde existem cerca de 50 propriedades cadastradas no DAP´s (Declaração de Aptidão ao Pronaf) e no CAF´s (Cadastro Nacional da Agricultura Familiar), segundo informou o chefe da Casa da Agricultura local, Ciro Staino Manzoni.
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no Censo realizado em 2017, dos 5 milhões de propriedades rurais pesquisados, 77% dos estabelecimentos agrícolas do Brasil foram classificados como de agricultura familiar, ocupando uma extensão de área de 80,9 milhões de hectares, o que representa 23% da área total dos estabelecimentos agropecuários brasileiros.
A pesquisa apontou ainda que a agricultura familiar empregava mais de 10 milhões de pessoas na época, o que corresponde a 67% do total de pessoas ocupadas na agropecuária, sendo responsável pela renda de 40% da população economicamente ativa.
Ainda sobre a agricultura familiar, a Embrapa enfatiza que o setor se destaca como produtor de alimentos no Brasil: “Em especial pela produção de milho, mandioca, pecuária leiteira, gado de corte, ovinos, caprinos, olerícolas, feijão, cana, arroz, suínos, aves, café, trigo, mamona, fruticulturas e hortaliças”.
Prossegue dizendo que nas culturas permanentes, o segmento responde por 48% do valor da produção de café e banana; nas culturas temporárias, por 80% do valor de produção da mandioca, 69% do abacaxi e 42% da produção do feijão, entre outras. De acordo com o Censo Agropecuário citado, a agricultura familiar é a base da economia de 90% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes.
Ainda segundo as estatísticas, a agricultura familiar empregava mais de 10 milhões de pessoas em setembro de 2017, o que correspondia a 67% do total de pessoas ocupadas na agropecuária, sendo responsável pela renda de 40% da população economicamente ativa, sendo uma das principais fontes de criação de renda e emprego para o homem do campo.
O setor se destaca como produtor de alimentos, em especial pela produção de milho, mandioca, pecuária leiteira, gado de corte, ovinos, caprinos, olerícolas, feijão, cana, arroz, suínos, aves, café, trigo, mamona, fruticulturas e hortaliças. Nas culturas permanentes, o segmento responde por 48% do valor da produção de café e banana; nas culturas temporárias, por 80% do valor de produção da mandioca, 69% do abacaxi e 42% da produção do feijão, entre outras. De acordo com o Censo Agropecuário citado, a agricultura familiar é a base da economia de 90% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes.
São considerados agricultores familiares os pequenos produtores rurais, povos e comunidades tradicionais, assentados da reforma agrária, silvicultores, aquicultores, extrativistas e pescadores.
Segundo o chefe da Casa da Agricultura de Vargem, Ciro Manzoni, para ser cadastrado como produtor familiar, algumas regras são importantes como: Ter no máximo 4 módulos fiscais (88 hectares); no mínimo, 51% da renda familiar vir da Agricultura; a renda bruta anual tem de ser no máximo de R$ 500.000,00; a mão de obra na propriedade ser predominantemente familiar e possuir CNPJ e Renda Declarada.
Dificuldades dos pequenos produtores
Ciro Manzoni também falou da importância da agricultura familiar, que corresponde a 70% da produção de alimento no mundo, que 70% da mão de obra rural é ela que proporciona, contribuindo significativamente para a fixação do homem no campo.
Ele alertou que cada vez mais está diminuindo a quantidade de produtores rurais familiares, muitos estão deixando a roça e vindo para a cidade, os herdeiros hoje não querem ficar no campo e que para enfrentar todos estes problemas tem de ter políticas públicas visando fixar o produtor rural na roça.
Disse que já existem algumas políticas públicas implantadas pelo governo federal, como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), a aquisição de alimentos para a merenda escolar, o financiamento rural, mas que ainda é muito pouco. “O que o produtor vende, entrega, está cada vez mais discrepante do preço das coisas que ele compra. Eles precisam ter uma estrutura melhor à disposição, como estradas rurais, segurança no campo – as crianças que estudam na cidade sofrem um pouco, saem cedo e voltam muito tarde”.
O engenheiro agrônomo afirmou que tem muita gente boa no campo, que possuem vocação rural, mas que precisam ter estímulos, créditos, equipamentos, informação através de uma internet boa, porque para ele, não é fácil morar na roça hoje em dia com tantos atrativos que existem nas cidades.
Ciro citou que uma atividade de agricultura familiar que está sofrendo muito nos dias atuais, é a de produtores de leite. “O leite caracteriza por utilizar uma mão de obra familiar intensa e está muito ruim. O governo deveria proteger mais a cadeia produtiva leiteira, evitando a importação do leite em pó, que é o que está acontecendo atualmente, com o preço do leite caindo em plena seca”, afirmou.
Ainda sobre a agricultura familiar, o responsável pela Casa da Agricultura de Vargem enfatizou que as pessoas quando forem adquirir produtos das feirinhas rurais, como a que se realiza na cidade, devem valorizar estes produtores. “Eles vendem diretamente, sem atravessadores e mesmo que os preços sejam equivalentes ou às vezes um pouco maior aos dos supermercados, são produtos colhidos na hora, sem agrotóxicos. Eles levantam cedo, trabalham muito e tem direito de ganhar um pouco mais. A sociedade tem de valorizar este trabalho, pagar um pouco melhor por um produto fresco, de ótima qualidade, porque é o que mantêm eles no campo”, afirmou.