A agricultura familiar moderna está na base do plantio de tomate em estufa praticada pelo agrônomo Renato Cesar Pereira, pela sua filha, a química Suzane Pereira e a mãe Sueli Cortez Pereira, cada um trabalhando em uma área para o sucesso da empresa familiar de onde tiram seu sustento.
Na entrevista que concedeu à Gazeta de Vargem Grande, Suzane disse que o investimento no plantio de tomate da variedade “sweet grape” teve início em 2015, quando começaram a plantar na estufa localizada no Sítio São José, perto do trevo que liga Vargem a São João. Seu pai era agricultor, plantava batata e viu a possibilidade de fazer um outro cultivo, mais sustentável, com menos desperdício de água.
“Nos primeiros anos foi muito difícil, com altos e baixos, até nos familiarizarmos com a cultura”, disse. Ano após ano, buscando a melhoria e a excelência no plantio, hoje a empresa familiar produz anualmente em torno de 120 a 130 toneladas ano, de tomate da variedade coquetel, também conhecido como tomate cereja, bem adocicado, que produz em rama.
Muito saboroso e usado em vários pratos culinários, a variedade coquetel é cultivada nas estufas com um tratamento biológico, que minimiza o uso de defensivo químicos, utilizando defensivos biológicos. “É uma questão cultural da nossa empresa, vender algo que nós comeríamos, um produto mais saudável”, argumenta Suzane.
Hoje a empresa está com três unidades de estufas, todos com tomates de rama e uma porcentagem menor do sweet grape. Também está plantando sementes de batata em estufa para os produtores que vão plantar em campo aberto e está obtendo um bom resultado.
Além da primeira estufa, a família também planta no Sítio Paracatu e no Sítio Boa Esperança, em Casa Branca. A empresa emprega em torno de cinco pessoas diretamente e contrata mão de obra diarista durante as várias safras que ocorrem no ano.
Ela explicou que recebe a muda pronta, já enxertada, faz o replante no vaso, com substrato e começa os tratos culturais, visando o crescimento da planta que se formarão por dois meses, até o início da primeira colheita, com cada pé produzindo entre 7kg a 8kg. O tomate é colhido toda semana, durante três meses, totalizando um ciclo de vida de 5 a 6 meses entre o plantio e a produção. Após, os pés são cortados, descartados, troca-se o substrato e inicia um novo ciclo de produção.
Além de abastecer a cidade e região nos mercados e feiras, Suzane disse que faz também as vendas maiores. “São grandes redes de hortifruti localizadas em Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro, onde são destinados 80% de nossa produção”, explicou a produtora.
Para ela, atualmente o mercado para o tomate está promissor. “Falta tomate no mercado e nestes oito anos a gente conseguiu criar bons canais para a venda de nossos produtos. Estamos estáveis no mercado, o que produzimos, vendemos tudo”, afirmou.
Feira do Produtor
Também quem vai à Feira do Produtor em Vargem Grande do Sul que acontece na Praça da Matriz, todas as quartas-feiras, a partir das 16h, vai encontrar uma banca com os produtos da família. Quem participa das vendas é a mãe de Suzane, Sueli Cortez Pereira, que atende ao público e também faz as entregas a domicílio tanto de tomates da variedade sweet grape, como também do coquetel.
Ao ser indagada sobre sua atividade, Suzane afirmou que gosta do que faz, está feliz, mesmo não sendo do ramo, uma vez que é formada em Química. “Adoro o que faço, junto minha formação acadêmica e procuro agregar ao nosso empreendimento”, afirmou.
Disse que hoje se dedica mais ao gerenciamento da empresa, cuidando das vendas, compras, contratações e da parte financeira, atividade que também divide com o pai Renato, que cuida mais da parte operacional, coordenando os trabalhadores e o plantio. Já a mãe, cuida mais das vendas no varejo e da feirinha, fechando o ciclo desta empresa, cuja família se dedica à agricultura familiar.