Na próxima quinta-feira, dia 1º de maio, comemora-se o Dia Mundial do Trabalho, sendo feriado nacional e um bom momento para se refletir sobre o trabalho em Vargem Grande do Sul. A reportagem da Gazeta de Vargem Grande preparou esta matéria com a intenção de levar alguns dados aos seus leitores sobre como andam as condições de trabalho na cidade.
A complexidade da relação trabalhador/trabalho é grande e está em mudança acentuada. Se de um lado é constante observar frases como “Em Vargem não tem emprego, falta indústrias, etc,”, principalmente nas redes sociais, que se tornou um grande ambiente de discussão dos problemas envolvendo as pessoas e o trabalho é um deles, é notório ouvir entre os empregadores a dificuldade em se encontrar mão de obra para as suas necessidades.
Esta semana um empresário do ramo cerâmico queixou-se deste problema, da falta de mão de obra para sua indústria e comentou que estava seriamente pensando em fechar uma de suas unidades, sendo que uma das principais questões, seria a falta de mão de obra para tocar seu empreendimento.
Procurando entender o que pensam as novas gerações
A reportagem da Gazeta de Vargem Grande fez algumas pesquisas para entender o que estaria acontecendo e pode notar que as duas últimas gerações, as conhecidas como Geração Y, também chamada de ‘Millennials’, que são as pessoas nascidas de 1984 a 1995; e a Geração Z, (Centennials) determinada por quem nasceu de 1995 a 2009, podem explicar muito dos fenômenos trabalhistas que ora vivenciamos.
A Geração Y tem como referência a inovação e liberdade, principalmente como consequência do avanço da tecnologia e do crescimento da qualidade de vida. Bastante similar à Geração Z, tanto os Millennials como os Centennials são multifuncionais, sendo o mais marcante dessas gerações a íntima relação com a tecnologia e com o meio digital, principalmente a Geração Z, que nasceu no momento de maior expansão tecnológica proporcionada pela popularização da internet.
Sempre buscando novas experiências, visando o crescimento profissional, isso faz com que muitas vezes não fiquem ‘presos’ na mesma empresa. São gerações que se encontram numa faixa etária entre 20 e 40 anos de idade, que vivenciaram uma completa revolução em relação às gerações anteriores, principalmente os nascidos após as grandes guerras, que valorizavam aspectos como o trabalho e a dedicação à família.
Pensamentos como conseguir um bom emprego, comprar uma casa e formar uma família começaram a mudar com as novas gerações Y e Z. Expostas a um novo nível de informação, vivenciando mais o mundo digital, muitos destes jovens foram afastados dos trabalhos braçais e compensados com facilidades materiais em troca de pouco ou nenhum esforço físico.
Segundo dados, a Geração Z que está adentrando ao mercado de trabalho, encontra alta competitividade, flexibilização das leis e das relações trabalhistas, com contratos intermitentes de trabalho, serviços por diária, muitas vezes sendo obrigados a procurar um subemprego, principalmente nas classes mais baixas da população.
Hoje é grande o número de pessoas que trabalha com a produção de conteúdo digital, podendo ser na área escolar, finanças, moda e de várias formas de arte, oferecendo esse conteúdo digital via redes sociais e YouTube. Esse novo nicho de trabalho tem atraído muitos jovens, mas é algo visto com certa desconfiança pelas gerações mais antigas, que precisam de uma mão de obra para trabalhar no comércio, na indústria ou na lavoura e ainda não entenderam a verdadeira revolução que está acontecendo com os trabalhadores das gerações Y e Z.
Trabalhadores de colarinho azul
Uma nova tendência está ocorrendo no mercado de trabalho envolvendo principalmente a Geração Z e também atraindo parte da Geração Y. Segundo dados, cada vez mais jovens na casa dos 20 anos, estariam largando empregos que requerem diploma e a programação e estariam focando nas funções de colarinho azul, que são termos dados para funções braçais ou manuais, como eletricistas, encanadores, soldadores ou mecânicos.
Muitas destas profissões, apesar de ser necessário um bom curso para se tornar um profissional qualificado, não exigiriam uma qualificação maior como as de um engenheiro, por exemplo, que necessita de anos para se formar. Para tanto, apenas são necessários cursos curtos e mais simples, focados na prática.
Uma das causas seria que muitos dos antigos profissionais destas áreas estariam se aposentando e abrindo este novo campo de trabalho para os jovens que não querem mais se dedicar tanto tempo a estudar em uma faculdade e ter um diploma, que muito das vezes, não irá usar.
Os motivos para os jovens adentrarem nestas áreas de colarinho azul, seriam a alta demanda, estabilidade financeira e pagamentos maiores. Há casos em que trabalhos que exigem diplomas de ensino superior, pagam salários até menores que os de colarinho azul.
Também neste mesmo mercado de trabalho, os cursos técnicos estão sendo cada vez mais valorizados e requisitados, preparando os jovens para um mundo onde a tecnologia avança e os trabalhos braçais e manuais se tornam mais fáceis, simplificando a vida dos trabalhadores, que utilizam de várias ferramentas e maquinários que antes não existiam ou eram difíceis de se comprar.
Com as facilidades tecnológicas e os acessos a máquinas e ferramentas pela internet, faz com que os trabalhos de colarinho azul sejam realizados com menos esforços que antigamente, com a tendência de melhorar ainda mais com o advento de novas tecnologias que hoje são disseminadas pelo mundo através da internet e acabam chegando também a cidades como Vargem Grande do Sul.