Sede da Sociedade Espanhola irá completar 100 anos

Inauguração da sede da Sociedade Espanhola, em 1918. Foto: Arquivo Gazeta

Tão importante quanto a Sociedade Italiana, atual Sociedade Beneficente Brasileira (SBB), Vargem Grande do Sul também contou com os trabalhos da Sociedade Española de Auxílios e Instrucção. Esse ano, seu prédio completa 100 anos.

Segundo dados do estudioso da história do município Mário Poggio Junior, a Sociedade foi uma iniciativa dos imigrantes espanhóis José Godines e Antolin Castroviejo, que criaram a “Sociedade de Federação Espanhola”, em 29 de dezembro de 1916, ligada ao Conselho Federal de São Paulo. Após o desligamento da Assembleia da Federação, o nome foi trocado para “Sociedade Espanhola de Auxílios e Instrucção”.

Seu crescimento aconteceu após 12 de outubro de 1918, quando foi inaugurada sua sede própria, construída pelos associados Anastácio Rodrigues e Joaquim Martines Fernandes. Além do aumento substancial da receita, houve a realização de bailes populares em seu prédio. A partir de 1923, a Loja Maçônica Renascença arrendou o prédio para realizar suas reuniões.

Segundo o assessor do Departamento de Cultura e Turismo, Lucas Buzato, a principal questão dos espanhóis, assim como os italianos, era conseguir cidadania. “Assim como no Círcolo Italiano existia aquela questão de conseguir cidadania, quando você tem um grupo formado para isso, acaba facilitando muito mais. Até mesmo para desmembrar e descobrir quem era da família de quem”, contou.

Se os imigrantes italianos foram importantes para a cidade pelo trabalho em lavouras, os espanhóis se destacaram para a arquitetura e engenharia da cidade, já que eram mestres na lapidação de pedras. “Não temos tanto a preservação nas fazendas, mas a estrutura que faziam era muito complexa, inclusive a antiga ponte da represa foi construída dessa forma, com estruturas de pedras e cimento. Esse é um trabalho manual, é necessário muita habilidade, isso trouxe uma arquitetura diferenciada para a cidade”, conta o assessor. “Além da importância na arquitetura, muitos descendentes trabalham com arte, educação e cultura até os dias atuais”, destacou.

Inauguração da sede da Sociedade Espanhola, em 1918. Foto: Arquivo Gazeta

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