Desde o início da quarentena de prevenção à pandemia do novo coronavírus (covid-19), em março, igrejas e templos vinham celebrando missas e cultos online. Com a reabertura da quarentena, as celebrações presenciais serão retomadas gradativamente.
O bispo diocesano D. Antônio Emídio Vilar, informou em um decreto publicado na terça-feira, dia 2, que devido as orientações sobre as flexibilizações e reabertura progressiva da quarentena adotada como medida de prevenção à covid-19, a diocese de São João da Boa Vista irá efetuar o retorno gradual das celebrações litúrgicas a partir do dia 13.
Segundo o publicado na página da Diocese na internet, os padres nomeados representando os 18 municípios da diocese entregarão uma carta de comunicação sobre esta reabertura aos prefeitos.
Em Vargem
O vigário da Paróquia Sant’Ana, padre Denis Aparecido Crivelari comentou sobre a volta das celebrações. Nesse período, segundo ele, através dos meios de comunicação, como o Facebook, YouTube e canais católicos, tiveram a oportunidade de descobrir e utilizar essas ferramentas que os deixaram virtualmente mais próximos da comunidade e oferecer, ainda que de forma virtual, palavras de fé e esperança nesse tempo de pandemia.
De acordo com o vigário, a retomada gradual foi decidida após o anúncio do Governador do Estado de São Paulo emitindo orientações sobre as flexibilizações e aberturas econômicas progressivas, que serão feitas levando em conta as características de cada município. Ele contou que em reunião com os padres representantes de cada município, que compõe a Diocese, e o bispo diocesano, ficou estabelecido o retorno gradual das celebrações litúrgicas em todo o território diocesano a partir do dia 13.
“Foi elaborado um protocolo que tem por objetivo orientar o clero e os fiéis nas medidas necessárias para o retorno gradual das celebrações eucarísticas públicas e dos outros sacramentos na Diocese de São João da Boa Vista. Essas medidas seguem as normas sanitárias para a prevenção da covid-19 tendo a autorização do poder executivo local”, disse.
Padre Denis pontuou que o protocolo trata de questões pertinentes como o acesso dos fiéis ao local da celebração, que deve ocorrer sem que haja filas e aglomerações, seja no espaço da igreja ou nos arredores da igreja. “Para tanto, o padre em sua paróquia organizará um sistema de agendamento para a participação na missa, que poderá ser feito por senha ou agendamento via secretaria paroquial, desse modo só virão à igreja aqueles que sabem que participarão da celebração”, explicou.
O protocolo determina ainda que cada celebração pode contar com o número de fiéis equivalente a no máximo 30% da capacidade do templo e que dentro do local da celebração deve ser respeitada a distância de segurança mínima de 1,5 metro frontal e lateral entre cada fiel.
Conforme o protocolo, todos os participantes da celebração são obrigados a utilizarem máscara de proteção que cubra nariz e boca, e caso não estejam utilizando, não podem permanecer na celebração, além da higienização das mãos na entrada da igreja com álcool gel.
Foi determinado a proibição de participar da celebração pessoa com qualquer sintoma de gripe ou resfriado, ou para a pessoa que teve contato com um infectado da covid-19. Segundo o informado, ficam dispensados do preceito dominical, as pessoas do grupo de risco e pessoas que por objeção da vontade ainda não podem cumprir o preceito. Nas celebrações serão observadas as regras sanitárias para prevenção da covid-19.
O padre comentou que, em todo o mundo, são inúmeras as iniciativas promovidas pela igreja em favor das pessoas atingidas direta ou indiretamente pela pandemia do covid-19. “De doações vultuosas de recursos, passando pela disponibilização de estruturas, distribuição de vale-refeição e confecção de máscaras doadas gratuitamente à população. Em tempos de emergência coronavírus, a igreja se mobiliza para prestar assistência, principalmente aos mais vulneráveis”, contou.
De acordo com o padre Denis, nesse momento a população tem que ir, aos poucos, se reorganizando a essa nova ‘normalidade’. “Não seremos mais os mesmos após essa pandemia. Teremos tirados lições que nos educaram a um novo estilo de viver. E, além do mais, a igreja tem como missão educar os seus fiéis em sua missão enquanto cidadãos, afinal, não podemos falar em amor a Deus se este amor não passar pelo próximo”, falou.
“E, na atualidade, nossa responsabilidade social, que é o uso de máscaras, higienização, distanciamento social, entre outros fatores a serem observados, mostrará se estamos nos mesmos passos de Jesus: ‘Eu vim para que todos tenham vida’ (Jo 10,10)”, disse.
Para o padre, a igreja nesse momento vem reafirmar sua luta a favor da vida. “Essa flexibilização não é sinal de que tudo voltou a ser como antes, pelo contrário, temos um adversário a ser combatido a todos os instantes: coronavírus. E depende de todos nós vencer essa guerra”, completou.