“Meu pai era meu ídolo”

Na foto, a família de Francisco Antunes João, com o filho Izidro sentado ao centro ao lado da mãe Jenny e do pai Chiquinho, com os demais irmãos. Foto: Arquivo Pessoal

Quem conhece Izidro Manoel João, 69 anos, mais conhecido como Izidrinho, sabe o quanto ele é emotivo e quando a reportagem do jornal o visitou para falar sobre seu pai, Francisco Antunes João, o conhecido Chiquinho Mecânico, a voz de Izidrinho embargou e os olhos marejaram de lágrimas.


Casado com Sueli Fabiano João, Izidro é pai de Carina, Lígia e Marcelo, sendo avô de quatro netos e “mais um a caminho” como fez questão de afirmar.
Já Chiquinho, seu pai, o homenageado nesta edição dedicada ao Dia dos Pais, foi casado com dona Jenny Martins João e teve os filhos Maria, Izidro, Francisco (Chiba), Claudinho e Maurício (ambos falecidos) e Catarina.


“Meu pai era meu ídolo”, começa dizendo Izidrinho. “Ele está presente em todos os momentos de minha vida, devo a ele tudo que sei na minha profissão e com ela consegui educar e criar meus filhos também”, afirmou.


Chiquinho faleceu no dia 26 de junho de 2015 aos 87 anos e sempre é lembrado pelos filhos e netos com muito carinho. Para Izidrinho, o pai de fato tinha este lado amoroso com a família, mas era enérgico. “Só de olhar na gente, nós obedecíamos”, recorda.


Numa época em que eram poucos os profissionais que trabalhavam com o conserto de autos, Chiquinho foi um dos pioneiros desta profissão na cidade, arte que aprendeu com o não menos famoso mecânico de autos da cidade, o Tim Canal. Também trabalhou com Pedro Cipola, segundo recorda Izidrinho e foi durante mais de 40 anos, sócio da oficina mecânica e funilaria juntamente com Pedro Hayashi, o Pedro Japonês e José Geremias.
Izidrinho começou a trabalhar com o pai aos 13 anos, como ajudante de mecânico.

Estudava na época no Alexandre Fleming, onde fez até o 3º Colegial e também é formado em técnico em Contabilidade, após terminar o curso na Escola de Comércio D. Pedro II.
Mas não quis prosseguir nos estudos e foi então que em 1972 o pai lhe montou a oficina que Izidrinho até hoje trabalha, cuja empresa já fez mais de 50 anos.


“Meu pai era mecânico e depois funileiro de autos. Nos deixou uma grande experiência de trabalho na parte mecânica e de funilaria. Depois que aposentou, foi trabalhar com meu irmão Dinho (Cláudio) a quem também passou seus conhecimentos. Até hoje tenho guardado suas ferramentas”, recordou.


Outro lado lembrado por Izidrinho de seu pai, é sobre as pescarias que Chiquinho Mecânico fazia com seus companheiros, e que ficaram famosas em toda a cidade. “Ele e seus companheiros, como o Mário e o Everaldo Lodi, o Pedro Japonês foram os desbravadores daqui da cidade da Ilha do Bananal. As fotos deles com os enormes pirarucus pescados no Rio Araguaia chamavam a atenção de todos”, comentou.


Também o lado sentimental ele acha que herdou do pai. “Meu pai gostava muito de música, adorava ouvir Altemar Dutra e Nelson Gonçalves cantar”. Para quem conhece Izidro, sabe o quanto ele se emociona ao ouvir também Altemar Dutra cantando, sentimentos que traz certamente das boas recordações que conviveu com seu pai.


“No lado humano, me deixou muitos ensinamentos, era um homem de caráter, sinto muito a falta dele. Até hoje as pessoas me chamam de filho do Chiquinho Mecânico. Ele era muito conhecido, tinha muitas amizades. Era um bom pai, o que podia fazer por nós, ele não media esforços, sempre se preocupou com nossos estudos, nossa formação, queria que todos nós estudássemos”, afirmou Izidro sobre seu pai.

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