Editorial: Construindo em cooperação

No dia 13 de maio, o Hospital de Caridade de Vargem Grande do Sul vai compeltar 99 anos de fundação. E ao longo de quase um século, o que marcou a história de uma das mais importantes entidades da cidade foi a cooperação. Desde a ideia de sua construção, durante crises financeiras, sua reabertura após um período de portas fechadas, a luta constante em manter a entidade em funcionamento, todos esses obstáculos foram superados pela união e cooperação da sociedade vargengrandense. O Hospital abriu suas portas em 1925 para atender, principalmente, a população mais carente. Até os dias atuais, a maior parte de seus pacientes são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). E é exatamente por se tratar de uma instituição filantrópica, que o Hospital de Caridade trava uma luta sem fim para que siga atendendo as pessoas que dele mais precisam. Esse problema não é exclusivo do nosocômio vargengrandense. Mais de 3.200 santas casas e hospitais filantrópicos de todo Brasil enfrentam grave crise financeira há, pelo menos, duas décadas, justamente do repasse insuficiente recebido do SUS. Administrar um problema dessa magnitude, exige um desdobramento e dedicação intensa de todos os seus dirigentes, corpo clínico, funcionários, sociedade civil organizada, agentes públicos, e até mesmo da população, que volta e meia é convocada a participar de campanhas para auxiliar essas instituições.
Assim, o Hospital de Caridade vai se aproximando do seu centenário, ainda lutando para manter suas portas abertas. O déficit é grande e é preciso muito empenho para pagar dívidas, comprar medicamentos e insumos, pagar salários e seguir as normas sanitárias e legislações que regem o trabalho de uma instituição como essa. Justamente pelo tamanho do trabalho e das particularidades envolvidas é que é necessário mais uma vez, a construção de um acordo em cooperação. No debate entre provedoria e corpo clínico sobre a necessidade de se estabelecer profissionais para os cargos de diretor clínico e diretor técnico, é preciso haver um diálogo saudável, avaliando necessidades da entidade e dos profissionais para se chegar a um bom termo e uma solução que, no final, deve garantir a continuidade do serviço prestado à população. Essa construção, que embora seja política, pois envolve negociação e busca do bem comum e o melhor para a comunidade, não deve ser pautada por fins eleitorais. Os homens públicos envolvidos, como políticos e os que almejam ocupar cargos eletivos, devem buscar sim fazer parte da solução, angariando recursos e propondo soluções. Usar a influência que possuem para participar dessa construção conjunta e não para trazer mais instabilidade para um processo que necessita de calma e espírito desarmado para ser concluído. Enfim, como sempre foi, é preciso da união e colaboração de todos, para que o Hospital de Caridade de Vargem Grande do Sul siga cumprindo seu propósito, que é o de atender quem mais precisa dele.

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