No próximo dia 26 de setembro de 2024, uma quinta-feira, Vargem Grande do Sul estará comemorando 150 anos de sua fundação. É uma data significativa para os vargengrandenses, momento dos cidadãos e suas autoridades fazerem uma reflexão de como está neste momento, o município que para ser constituído, contou com muito trabalho, dedicação e amor de nossos primeiros habitantes ao pequeno povoado que se transformaria na cidade que acolhe atualmente cerca de 40 mil pessoas, segundo o Censo de 2022.
Nas pesquisas realizadas pela redação da Gazeta de Vargem Grande, sem dúvida que o material contido nos primeiros jornais que circularam no município, em especial A Imprensa, fundada em junho de 1908 por Francisco Octaviano, é uma grande fonte histórica, principalmente por conter escritos de vários autores que relatam os primórdios da fundação do município.
Dos mais antigos, podemos citar o professor João Alfredo de Souza Oliveira, o professor Gilberto Giraldi, ambos colaboradores do jornal A Imprensa dirigido por Walter Tatoni e depois pelo seu filho Pedro Tatoni, todos falecidos. Mais recentes, o professor Osvaldo Pereira, falecido no dia 13 de maio de 2024, que também pesquisou e escreveu sobre a história de Vargem, principalmente por ocasião do Centenário da cidade e a bibliotecária e documentalista Maria José Pereira Miranda, falecida dia 16 de junho de 2024, com o livro “História da Câmara Municipal de Vargem Grande do Sul.
Há de ser lembrado também o editor Ângelo Fasanella, já falecido, com suas pesquisas e publicações feitas nas muitas revistas que editou falando sobre Vargem Grande do Sul, enriquecendo a história do município e do jornalista Benedito Bedin, que durante muitos anos, até seu falecimento, foi colaborador da Gazeta de Vargem Grande, contando através de seus artigos, partes interessantes das pessoas e fatos que contribuíram com a história da “Pérola da Mantiqueira”.
Dos atuais historiadores da cidade, vale ressaltar o trabalho feito por historiadores Mario Poggio Júnior, colaborador da Gazeta de Vargem Grande e do historiador José Osvaldo Garcia Leal, que publicou vários livros, dentre eles “A Pérola da Mantiqueira” e também “Clã Garcia Leal”, que fala de seus ancestrais, considerados fundadores de Vargem Grande do Sul.
Um breve resumo desta vibrante história que culminou com a construção de uma pequena cidade do Leste Paulista, encravada nos pés da Serra da Mantiqueira, dão conta que uma grande gleba de terras pertencente à sesmaria dos irmãos José Garcia Leal e Salvador Garcia Leal, foi desmembrada lá pelo final do Séc. XIX, dando origem à Fazenda Várzea Grande. A última divisão da fazenda resultou em 65 propriedades e entre os herdeiros, três doaram terrenos à Sant´Ana para a formação do povoado. São eles Antônio Rodrigues do Prado, José Moreira e dona Maria Antônia Eufrazina Alves da Cunha.
O processo de divisão e doação dos terrenos foi finalizado no dia 26 de setembro de 1874, data marcada com a celebração de uma missa às margens do Córrego Sant’ Ana, em casa de João Carneiro. Essa data é considerada o marco do nascimento de Vargem Grande do Sul, a data em que no próximo dia 26 de setembro, comemoraremos 150 anos de fundação da cidade.
Temos então cinco nomes ligados à fundação de Vargem Grande do Sul e a data. Os dois primeiros, que foram os proprietários das terras onde se situava a Fazenda Várzea Grande, os irmãos José e Salvador Garcia Leal e também os doadores dos terrenos à Sant´Ana, que viria a se tornar padroeira da cidade, os cidadãos: Antônio Rodrigues do Prado, José Moreira e dona Maria Antônia Eufrazina Alves da Cunha.
Falta agora o sexto nome, aquele que de fato colocou a mão na massa e passou a fazer daquele pequeno povoado, a cidade que viria a se tornar Vargem Grande do Sul. O coronel Francisco Mariano Parreira, que é por alguns considerado como o verdadeiro fundador da cidade.
A ele coube requerer e obter a licença para erigir em substituição ao Cruzeiro existente onde hoje é a Praça da Matriz, uma capela de 20 por 30 palmos. Em 1881, obteve licença para construção do primeiro cemitério. Em 2 de agosto de 1.888, devido aos seus esforços, o pequeno povoado deixou de ser conhecido como Bairro da Porteira e passou a ser denominado Distrito Policial de Sant’Ana de Vargem Grande.
“De construção muito simples, a pequena capela voltada para o lado da atual matriz, media apenas 6,60m por 4,40m, mas foi ela o núcleo em torno do qual aglutinaram-se aos poucos os moradores e deu origem à povoação”.
Ainda devido ao seu espírito de luta, aos 23 de janeiro de 1891, através da lei nº 126, é criado o Distrito de Paz de Vargem Grande, do qual foi o seu primeiro Juiz de Paz.
Em 1893, Coronel Mariano Parreira consegue do bispo de São Paulo autorização para erguer a Igreja Matriz, o que o faz através de donativos, leilões e esmolas. Em setembro de 1894, 20 anos depois que ele construiu a primeira capela, foram terminados os trabalhos de construção da primeira Igreja Matriz, que media 90 palmos por 60, aproximadamente 20m por 13m. Sua esposa Dona Maria Cândida Parreira doou por ocasião da celebração da primeira missa feita por padre José Valeriano de Souza, a imagem de Sant’Ana que até hoje permanece na atual Igreja Matriz.