A prefeitura municipal, através do Departamento de Serviços Urbanos e Rurais-Desur, construiu mais uma trincheira no aterro sanitário localizado próximo ao Residencial Parque das Macadâmias, junto à estrada da Lagoa Branca.
O investimento na obra, segundo a prefeitura, foi de R$ 300 mil, dinheiro necessário para construir a geomembrana de PEAD visando a impermeabilização do solo, o depósito de chorume e a drenagem do local. Estas exigências são determinadas pela Cetesb, que fiscaliza o cuidado com o meio ambiente e o controle da contaminação do solo e lençóis freáticos.
O aterro sanitário de Vargem Grande do Sul foi inaugurado no dia 4 de outubro de 2012, durante a gestão do ex-prefeito Amarildo Duzi Moraes. A área tinha sido adquirida durante a gestão do prefeito Celso Ribeiro e o município sofria na época várias atuações da Cetesb por descartar todo o lixo da cidade em um lixão e não em um aterro sanitário.
As primeiras viagens de lixo coletado na cidade foram levadas para o local em outubro de 2012, após uma polêmica de dois anos que paralisou na época a construção do aterro que teve início em 2008. Neste ano, alegando que não havia um Relatório Ambiental Preliminar-RAP, pessoas que tinham interesse na área entram com uma ação popular contra a Cetesb, que acabou alcançando em 2009 a construção da obra, paralisando-a.
Após três anos para liberar o aterro sanitário, o prefeito Amarildo e funcionários que trabalhavam em prol do aterro comemoraram a vitória. Nos anos seguintes, durante a gestão do então prefeito Celso Itaroti, a Cetesb aplicou multas e interditou o aterro por não cumprir as normas sanitárias. Devido ao rigor da fiscalização da Cetesb, a prefeitura sempre se vê respondendo a advertências feitas pelo órgão fiscalizador.
Segundo apurou o jornal junto ao diretor do Desur, Carlos Rabelo de Andrade, a nova trincheira deve durar cerca de um ano, dado o trabalho de compactação feito. Ele acredita que desde que o aterro foi construído, foram feitas em torno de 26 trincheiras e que o local ainda comporta entre 9 a 10 anos recebendo diariamente todo o lixo produzido na cidade, hoje em torno de 40 toneladas dia.
Vargem deverá participar do aterro regional
Conforme já noticiado pela Gazeta de Vargem Grande, há um grande projeto em andamento que está sendo desenvolvido pelo Consórcio Intermunicipal CEMMIL para o Desenvolvimento Sustentável e congrega seis municípios da região, inclusive Vargem Grande do Sul. São eles Aguaí, Espírito Santo do Pinhal, Mococa, Mogi Guaçu e São José do Rio Pardo.
Os trabalhos estão bem adiantados e é possível que São João da Boa Vista venha a participar do consórcio. A maioria dos municípios da região não possui aterro sanitário legalizado e em funcionamento como o de Vargem. Ou ainda depositam em lixões, ou pagam para que o lixo seja transportado para outra localidade.
Como os municípios sozinhos têm muita dificuldade para levar adiante a gestão dos resíduos sólidos, o consórcio que está sendo criado iria proceder os serviços de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final das cerca de 300 toneladas de resíduos domésticos produzidos diariamente por estes municípios.
Além de cumprir com as novas legislações federais e estaduais que versam sobre o aterro sanitário, o novo modelo a ser implantado traria ganhos ambientais relevantes, como a ampliação da reciclagem, a geração de energia derivada dos resíduos, a transformação de parcela dos resíduos orgânicos em nutrientes para o solo e a redução do volume encaminhado ao aterro sanitário, garantindo a destinação adequada de todo o rejeito, melhorando a qualidade de vida de toda a população.
Outro fator importante, é que com o consórcio, o novo modelo pretende de fato promover a inclusão social dos catadores de materiais recicláveis e a educação ambiental da população, colocando os municípios consorciados na vanguarda em termos de sustentabilidade ambiental.
Última reunião para tratar do assunto foi em março
Em março deste ano, os vereadores municipais reuniram-se no gabinete do prefeito Celso Ribeiro com dirigentes da CEMMIL, da Caixa Federal e diretores da prefeitura municipal, para mais uma etapa visando implantar a gestão correta dos resíduos domésticos gerados nos municípios que fazem parte do consórcio.
O projeto prevê a construção de uma central de triagem mecânica, usina de tratamento biológico, galpões para os catadores e instalação de Locais de Entrega Voluntária Assistida (LEVA) pela futura concessionária, que irá investir mais de R$ 280 milhões e custos de operação em torno de R$ 1 bilhão ao longo dos 30 anos de concessão.
No dia em que começar a funcionar o projeto do consórcio, o que deverá ainda levar um bom tempo, os serviços de coleta de lixo realizados atualmente pela prefeitura municipal, seriam desativados, passando a operar os trabalhos a futura concessionária ganhadora da licitação feita pelo consórcio para esta finalidade.
Novas tarifas
Para que o projeto do aterro regional seja instaurado, novas tarifas de coleta de lixo serão propostas. Segundo apurou na época o jornal no site do CEMMIL, “Assim como o cidadão já paga pelos serviços de abastecimento de água, tratamento de esgoto e energia elétrica, com o início do novo modelo haverá a cobrança pelos serviços de gestão dos resíduos sólidos urbanos, como está previsto na Lei Federal 14.026/2020. O projeto está sendo estruturado tendo como base a modicidade tarifária, ou seja, os menores valores possíveis para financiar o novo sistema, que serão definidos tendo como parâmetro o consumo de água. Importante lembrar que vencerá a licitação a empresa que oferecer o maior desconto sobre as tarifas calculadas no projeto de modelagem”, diz o site.