Máscaras que serão distribuídas pela prefeitura não vêm da China

Imagem Ilustrativa

A prefeitura está distribuindo 5 mil máscaras confeccionadas em tecido como medida de prevenção ao novo coronavírus, causador da covid-19. As peças foram confeccionadas por costureiras de Vargem Grande do Sul e região. Essa iniciativa foi divulgada pelo prefeito Amarildo Duzi Moraes (PSDB) na última sexta-feira, dia 17.
No entanto, muita gente tem questionado essa ação, temendo que se tratem de máscaras importadas da China. O medo é baseado em uma notícia falsa que tem circulado em grupos de whatsapp de que máscaras chinesas estariam contaminadas justamente com o vírus. O que é mentira, segundo o Ministério da Saúde.
As máscaras distribuídas pela Ação Social e pelo Departamento Municipal de Saúde são todas feitas por costureiras de Vargem Grande do Sul e região.

 

Notícia Falsa

O Ministério da Saúde, em sua página da Internet, já divulgou que não há chance do vírus ser importado em produtos vindos da China. “Não há nenhuma evidência que produtos enviados da China para o Brasil tragam o novo coronavírus. Os vírus geralmente não sobrevivem muito tempo fora do corpo de outros seres vivos, e o tempo de tráfego destes produtos costuma ser de muitos dias”, aponta o Ministério da Saúde.
O Estado de São Paulo publicou uma reportagem alertando que esse boato se trata de uma notícia falsa. O jornal ouviu o médico infectologista Jean Gorinchteyn, do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, que disse que o boato se trata de uma “bobagem”. O especialista afirmou ser impossível que as máscaras chegassem infectadas da China. “Pelo tempo que demoraria a produção e o transporte da máscara, o vírus não sobreviveria”, explicou ele.
De acordo com a matéria, um estudo publicado na revista científica The New England Journal of Medicine aponta que o SARS-CoV-19 (nome científico do novo coronavírus) pode ser detectado por até 72 horas em superfícies de plástico e até 24 horas em papelão. Os pesquisadores concluíram que a quantidade de vírus cai exponencialmente ao longo do tempo.
Uma reportagem do jornal O Tempo, de Minas Gerais, também investigou o boato. Na ma´teria, o Estevão Urbano, presidente de Sociedade Mineira de Infectologia, ratifica que o vírus não sobreviveria ao tempo de transporte entre os dois países.
Instrutor da Sociedade Mineira de Terapia Intensiva (Somiti), membro da Sociedade Mineira e Brasileira de Infectologia e integrante do Comitê de Enfrentamento à Epidemia da Covid-19 de BH, Carlos Starling classificou o áudio que disseminou a mentira, como “um crime contra a saúde pública”.
No dia 8 de abril, o Ministério da Saúde anunciou ter comprado da China 240 milhões de máscaras para proteger profissionais de saúde que atendem pacientes com a covid-19. A encomenda tem 960 toneladas, que foram transportadas em 40 voos que chegarão ao Brasil em duas semanas.

 

Mitos e Verdades

O Ministério da Saúde destacou que é importante combater notícias falsas, especialmente em um momento em que o mundo está em estado de alerta por conta da propagação do novo coronavírus. Quando novas doenças surgem, começam também os boatos sobre elas. Para evitar que mais mentiras sobre o novo coronavírus se espalhem, é importante verificar se as mensagens são verdadeiras antes de repassá-las.
Para combater as Fake News sobre saúde, o Ministério da Saúde, disponibilizou um número de WhatsApp para envio de mensagens da população. O canal não será um tira dúvidas dos usuários, mas um espaço exclusivo para receber informações virais, que serão apuradas pelas áreas técnicas e respondidas oficialmente se são verdade ou mentira.
Qualquer cidadão poderá enviar gratuitamente mensagens com imagens ou textos que tenha recebido nas redes sociais para confirmar se a informação procede, antes de continuar compartilhando. O número é (61) 99289-4640.

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