Festa das Nações: 20 anos

Márcia Iared, diretora de Cultura e Turismo, durante apresentação na Festa das Nações em 2019

Com o tempo, a nossa nave, foi se enchendo de gente, vieram outras escolas, academias, clubes e grupos e aos poucos fomos crescendo rumo ao que somos hoje, uma festa de quatro noites e uma tarde para atender a todos que querem participar.
Houve tempos em que havia espaço para um show no final da Festa. Onde tivemos momentos muito especiais com Jair Rodrigues, Moacir Franco, Tony Angeli, Demônios da Garoa, sempre num repertório voltado para o sentido da Festa das Nações. Algo que muito nos emocionou, foi a belíssima apresentação do Maestro João Carlos Martins na igreja Matriz, naquela manhã de 2017.
Mais seguras do sucesso da Festa, vieram as entidades, mais outras e outras e hoje, algumas até ficam de fora por não haver mais espaço na praça para as barracas e assim, a Festa das Nações se volta para aqueles que mais precisam.
Momentos difíceis? Em uma noite inteira de um sábado de grandes apresentações, que envolvia grandes escolas e crianças, teve que ser suspenso por conta de uma chuva imensa quando ainda não era possível termos tendas suficientes para abrigarmos o público.
Não suportávamos ver a tristeza das mães que ligavam dizendo que suas crianças choravam com suas roupinhas e fantasias em cima da cama e que com certeza, nas apresentações do domingo, o último dia, não haveria como encaixá-las.
Lasanhas descongeladas se perderam, comidas não podiam ser terminadas e o mais importante, era como não decepcionar essas crianças, como não tirar delas aquele sonho de subir ao palco depois de tantos ensaios e viver o tão esperado momento.
E assim, com a ajuda da voz e do empenho de Celso Bruno, gravamos naquela madrugada uma chamada de som, que deveria circular pelas ruas logo cedinho. A Festa no domingo, pela primeira vez, começaria às quatro da tarde e assim, pude ver o sorriso e a emoção estampados no rosto de todas aquelas crianças, mostrando ao público que lotava a praça, o que eram capazes de fazer para homenagear os países do mundo.
Momentos de alegria? Muitos! Toda vez que cada grupo superava os obstáculos encontrados durante os ensaios. Muitas vezes, fomos tocados pela superação das pessoas e pelas mensagens que a Festa passava. Sem contar, os momentos de diversão do Grupo Bombardeio ou do Grupo Crazy Boys que agitavam a praça de gargalhadas.
Momentos de aflição? Um deles foi quando senti a mesma sensação do palhaço, sem poder se dar ao direito de extravasar sua emoção. Na música de despedida da Festa, com todos os integrantes, dançarinos, entidades, cantores, diretores, voluntários, prefeito, se despediam, agitando no palco as bandeiras, enquanto eu agradecia ao público, foi então que vi dona Adair, da Terceira Idade e sua bandeira despencar daquela altura no fundo do palco e sem saber o que tinha acontecido, não sei até hoje onde arrumei força para as palavras finais, sem que o público percebesse o ocorrido, enquanto a música do Gonzaguinha vibrava na empolgação de todos “E a vida, é bonita e é bonita”.
Nestes momentos que nada mais é verdadeiro do que a grande frase de Dom Quixote “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”.
Encerrar como? Agradecendo a todos, sem destacar aqui cada nome, cada grupo, cada setor, mas sim a todos, as centenas de pessoas que com grande trabalho e empenho colocaram neste evento um tijolinho para que ela se tornasse a festa mais abraçada pelo povo.
“Estamos aqui de passagem, o futuro dela depende de todos vocês!”

Márcia Aparecida Ribeiro Iared

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