As medidas de prevenção contra o novo coronavírus (Covid-19) impostas pelo Ministério da Saúde e pelo Governo do Estado fizeram com que os restaurantes do país fechassem desde março. Para se adaptar, a aposta no setor para o enfrentar o momento foi no delivery. No entanto, avaliações da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e da Associação Nacional de Restaurantes (ANR) indicam que o setor, após a pandemia, pode sofrer um impacto grande.
O modelo de restaurante mais famoso no Brasil é o de self-service e serviços a quilo, e segundo a Abrasel, é estimado que há 270 mil destes serviços espalhados pelo país. De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em algumas cidades, os restaurantes a quilo representam 60% do mercado.
Mesmo quando as cidades chegarem à fase em que o Governo do Estado de São Paulo autoriza a reabertura dos restaurantes, haverá mudanças nos procedimentos. A Associação Nacional de Restaurantes (ANR) e a Abrasel indicam incentivar a lavagem das mãos, disponibilizar álcool em gel 70% de fácil acesso aos clientes e organizadores de fila que mantenham um metro de distância entre as pessoas.
É indicado ainda a instalação de barreiras físicas nos equipamentos, preferencialmente com fechamentos laterais e frontal. Nas diretrizes da ANR, há ainda uma recomendação da presença de um colaborador informando os clientes quanto a lavagem de mãos e utilização de álcool em gel e se atentar para porções menores, para que a reposição seja frequente.
Já a Abrasel recomenda a disponibilização de luvas descartáveis ou guardanapos de papel na entrada dos buffets para que os clientes se sirvam, e ainda talheres higienizados em embalagens individuais. Uma recomendação no guia da entidade voltada aos restaurantes a quilo indica para que o estabelecimento repense o cardápio para a nova situação.
No caso do autoatendimento, a solução será adotar as recomendações que serão estabelecidas no protocolo do órgão fiscalizador da cidade ou estado onde estabelecimento estiver instalado
Varanda
A Gazeta de Vargem Grande conversou com empresários do setor que falaram sobre a questão. Luís Gentina, do Varanda Restaurante e Pizzaria, contou que acredita que se o número de casos nas duas próximas semanas não aumentar, todas as cidades da região poderão entrar na fase três do plano do Governo de São Paulo no dia 1º de julho. Com isso, haverá flexibilização de atendimento aos clientes no salão seguindo todos os protocolos exigidos.
Ele contou como estão se adaptando para uma futura reabertura do restaurante. “Aos poucos e com cautela que o momento pede, o Varanda aguarda o protocolo que será feito pelos órgãos municipais para posterior adequação, pois visamos o atendimento com total segurança aos clientes e colaboradores”, explicou.
Com todas as limitações e restrições, Luís explicou que eles agora têm uma nova realidade, onde o restaurante e os clientes se adaptaram para manter o funcionamento, e com a possível reabertura o mesmo deve ocorrer.
Ele comentou que com a pandemia, o negócio já foi impactado. “Alguns planos foram adiados e custos indiretos reduzidos, com o objetivo de manter toda a nossa equipe em atividade”, disse.
Braseiro
Elis Regina Gentina de Souza do Restaurante Braseiro contou que acredita que a reabertura será em julho, porém ainda não há nada concreto sobre o assunto.
Ela explicou que quanto às adaptações, reduziram a ocupação do local, de modo que vão utilizar 20% da lotação máxima e consequentemente aumentar o espaçamento das mesas. “O cardápio poderá ser acessado através de QR CODE e disponibilizaremos álcool gel por todo restaurante. Os funcionários estão conscientes de todas as medidas necessárias de prevenção e a limpeza do local será ainda mais intensa”, disse.
A empresária explicou que ainda estão aguardando as recomendações e quais medidas serão necessárias e quanto ao movimento, acredita que será reduzido, uma vez que a pandemia impactou as vendas consideravelmente.