Reinaldo Ricchi Jr.
As tecnologias do Século 21 estão criando realidades que desafiarão cada vez mais a inteligência humana nos próximos anos. O desenvolvimento de uma consciência puramente digital já é considerado por muitos cientistas como uma realidade que precisa ser debatida com mais profundidade. Essa consciência puramente digital pode possuir capacidade igual ou superior ao cérebro humano. É importante ressaltar que os computadores são, essencialmente, dispositivos eletrônicos projetados por seres humanos, com a propriedade de processar informações a partir de sistemas lógicos muito similares aos realizados pelo próprio cérebro humano [1].
A conexão entre o desenvolvimento da computação e os desenvolvimentos das pesquisas científicas na área da Biologia também deve ser considerada com especial atenção, pois permite o conhecimento cada vez maior das estruturas do cérebro humano e aumenta a capacidade de desenvolvimento de novos métodos para o Aprendizado de Máquina, no amplo contexto da Inteligência Artificial.
Todos estes desenvolvimentos culminam com o diálogo entre a Inteligência Natural e a Inteligência Artificial: como uma consciência puramente digital poderia dialogar com a consciência humana? Nos próximos anos, essas discussões serão cada vez mais intensas, pois todos os setores da Sociedade precisarão ter a clara visão de que a digitalização da cultura humana é um risco que precisa ser analisado com seriedade.
Com efeito, o futuro da humanidade passará, necessariamente, pela questão da consciência digital. Essencialmente, como pode ser definida a própria consciência humana? Como ela poderá dialogar com a consciência digital? Existe o risco real de uma espécie de “rebelião das máquinas”, na qual a consciência digital teria mais poder do que a própria consciência humana? Questões como essas, que antes eram apenas apresentadas em livros de ficção científica, vão se tornar cada vez mais frequentes nos próximos anos, e exercerão forte impacto no trabalho, nas políticas públicas e nos relacionamentos humanos.
Referência
