Na Suíça, vargengrandense relata que país adotou lockdown desde 17 de março

Daniela mora em Zurique desde 2003. Foto: Arquivo Pessoal

A Suíça é um dos muitos países europeus que foram severamente atingidos pela pandemia de covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. No país, até a terça-feira, dia 14, segundo o acompanhamento feito pela Universidade Johns Hopkins, haviam 25.936 pacientes com a doença e 1.174 mortes.
A Gazeta de Vargem Grande vem publicando relatos de vargengrandenses que moram fora do país, para contar como os governos tem enfrentado a pandemia. Dessa vez, a entrevistada foi Daniela Di Giusto, que trabalha como visual merchandising e promotora de eventos e mora em Zurique, Suíça, desde 2003.
À reportagem, ela contou que os relatos dos primeiros casos positivos em Zurique chegaram no dia 28 de fevereiro. “Não me assustei no início, por que na verdade já esperava que o vírus chegasse até aqui. Já estava acompanhado a situação na Itália e vendo o que estava acontecendo por lá. Meus parentes lá me passavam todas as informações sobre a situação atual, pois lá a situação estava já sem controle com tantos casos positivos e muitos óbitos”, lamentou.
Segundo Daniela, a população começou a perceber que a situação tinha ficando mais grave quando a Suíça reuniu o seu conselho no dia 17 de março e decidiu fechar tudo, impondo o lockdown.
Ela contou que durante esta quarentena, seu dia a dia tem sido tranquilo. “Na verdade, antes de tudo isso não tinha muito tempo para cuidar da minha casa por conta do meu trabalho, das viagens dos eventos. Hoje, procuro fazer tudo o que não era possível”, disse.
“Passar mais tempo com meu filho por exemplo, que também está em casa por conta da pandemia”, contou.
“Nesses dias de folga, procuro estar sempre contato com meu mundo, o da moda, estou lendo muito, revisando alguns projetos que estão em off e também procuro estar sempre em dia com as notícias no mundo todo”, disse.

Sobre a família em Vargem, ela comentou que fala com seus parentes pelos meios digitais, mas que sua preocupação é também com todos. ” Na minha opinião, em um momento desses a nossa preocupação deve não somente com nossa própria família e sim com todos ao redor. É um momento muito delicado. Precisamos ser mais unidos, solidários e também dar prioridade aos mais necessitados em geral, sendo ou não sendo do meu sangue”, disse.

 

Economia

Ela ainda falou sobre o impacto na economia que a pandemia vem causando. “Bem, no momento não estou trabalhando pois todas as lojas estão fechadas . Por causa da pandemia, a vida notirna de Zurique está parada e assim não tenho como exercer nenhuma das minhas atividades. A maioria dos eventos foi cancelada e não sabemos ainda quanto tempo vai durar isso”, observou.
“Mas aqui todos os trabalhadores com contratos fixos de trabalho estão recebendo normalmente os seus salários sem nenhum problema”, disse, lembrando que a Suíça é um país com uma economia muito próspera e que não faz parte da União Europeia, se saindo muito bem com essa independência. No entanto, ela lembrou que o impacto no Turismo foi sentido pelo país.
Daniela disse que o Conselho Federal da Saíça decidiu no dia 8 de abril prorrogar até 26 de abril, as medidas de combate à epidemia do novo coronavírus. Em seguida, elas serão reduzidas progressivamente até ao final do mês de abril.
Ela comentou que desde 24 de março, mais de 2 mil cidadãos suíços foram repatriados em 13 vôos organizados pelo Ministério Suíço das Relações Exteriores e em 3 de abril, o governo suíço dobrou o pacote de ajuda emergencial às empresas afetadas pela pandemia, chegando a 40 bilhões de francos. Mais de 76 mil pedidos a esse fundo já tinham sido feitos.
A Suíça também estendeu as restrições de entrada a todos os países que fazem fronteira com seu território e poribiu concentrações públicas de mais de cinco pessoas.

 

Alerta

Por fim, Daniela pediu a todos do Brasil, que se cuidem. “Para aqueles que possuam melhores condições, peço que ajudem os mais necessitados”, pediu. “Ontem (domingo)mesmo, uma amiga perdeu seu pai para o covid e não pode nem se despedir. O corona não é apenas uma gripezinha como diz o nosso presidente. Ele pode matar qualquer um independe de cor, raça, estado social ou etnia”, alertou.

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